segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Indeterministas

Indeterministas,
graças a Deus

Fundamentos do Discurso Indeterminista

1. “Apeíron”,
o Princípio da Indeterminação

No séc.VI a.C. da Antiguidade Grega, um filósofo pré-socrático chamado Anaximandro da Escola de Mileto afirmou e defendeu a tese de que a ARKÉ, o princípio da vida e de tudo e de todos, era o ÁPEIRON, um elemento da natureza de configuração indefinida e realidade indeterminada, o responsável pela origem dos seres e das coisas no universo, gerador da realidade cotidiana, das vivências humanas e das experiências naturais e culturais, sociais e ambientais, políticas e econômicas praticadas pelos homens e pelas mulheres de seu tempo e momento histórico.
Tal entendimento produziu uma certa PAIDÉIA entre os gregos, que então tinham atitudes, idéias e valores comuns e se comportavam de acordo com essa teoria filosófica indeterminista que apologeticamente Anaximandro sustentava, fazendo muitos adeptos e seguidores de tal modo que diversos grupos de pessoas, assumindo a sua proposta idealista, transformavam suas vidas em “ÁPEIRON”, razão de suas ações e paixões e fonte de seus desejos, anseios e necessidades.
Aos poucos, cresceram os indivíduos simpatizantes com a idéia de Anaximandro, que se propagou pelo mundo inteiro até os dias atuais.
Hoje, o “ÁPEIRON” de Anaximandro deu origem à corrente indeterminista da história, a qual tem influenciado diferentes comportamentos políticos e sociais, culturais e econômicos em todo o Globo Terrestre.
Assim o Indeterminismo é uma ideologia hoje acompanhada por teorias como o niilismo, o ceticismo e o relativismo, assim como o ateísmo e o individualismo, construindo ora realidades tipicamente transitórias, inconstantes, céticas, relativas, indefinidas, instáveis, provisórias e indeterminadas capazes de modificar as consciências de algumas personalidades, transformar o pensamento público e popular e metamorfosear mentalidades diferentes e culturas novas e tradicionais.
Pensar indeterministicamente significa não possuir regras de conduta, não seguir dogmas estabelecidos nem assumir padrões absolutos ou ideais estáveis e constantes.
O Indeterminista quer ser livre, e faz dessa liberdade de alternativas e possibilidades a sua verdadeira felicidade.

2. O Princípio da Indeterminação
O Fluxo das coisas indefiníveis e o
complexo dos seres indetermináveis

Ideologias tais como o relativismo, o ceticismo, o niilismo, o indeterminismo, o individualismo e o ateísmo contribuem efetivamente para entender o universo da indeterminação, visto que influenciam com seus discursos carregados de matéria aberrante para a sua propagação entre os meios sociais, políticos e econômicos do mundo inteiro.
De fato, o mundo da indeterminação envolve conceitos aparentemente alienantes, mas que identificam uma filosofia de vida própria assumida publicamente por seus adeptos e seguidores espalhados por todo o globo terrestre.
Assim, o nada e o vazio niilistas; a relativização dos seres e das coisas, ignorando idéias absolutas, de cunho relativista; a dúvida e a incerteza que caracterizam as definições ceticistas; as indefinições dos conceitos, das teorias e das práticas próprias do indeterminismo; o egoísmo de indivíduos e grupos, com seus momentos partidários, excludentes e divergentes, que identificam o individualismo; e a ausência de Deus, substituído por símbolos, ídolos, figuras e objetos, que possam garantir segurança em suas vidas, defendida pelo ateísmo – eis, com efeito, o império das coisas indefiníveis e dos seres indetermináveis, que, atualmente, tem derrubado teorias da estabilidade, modelos de autoridade competente, quadros permanentes de culturas e mentalidades aparentemente seguras e inabaláveis, situações de ocorrências constantes, com seus momentos até aqui bastante definidos e com suas circunstâncias até agora muito bem comportadas.
Verdadeiramente, o princípio da indeterminação aqui e agora no meio de nós está desenhando uma nova história da humanidade, uma nova visão da realidade, uma nova interpretação dos seres e das coisas, um novo olhar sobre as sociedades humanas, um novo modo de observar os fatos cotidianos e os acontecimentos do dia a dia.
Deste modo, a partir do conceito de indeterminação e em função de sua racionalidade bastante real pode-se configurar novos modelos de Deus, de homem e mulher, de cultura e sociedade, de tempo e história, de realidade e racionalidade, de teoria e prática, de consciência e experiência, de interesses e intencionalidades.
Indeterminados, somos eternos e infinitos, plurais e universais, globais e diferenciais, gerais, particulares e singulares.
Indefinidos, superamos as barreiras do conhecimento, ultrapassamos os obstáculos dos preconceitos e superstições, transcendemos os limites da aparência e da essência.
Somos então de fato substancialmente pessoas indefinidas e indeterminadas.
Tal é o nosso outro, novo e diferente momento real, racional e intencional da atualidade presente da humanidade de hoje.

3. A Crise dos Modelos
de Autoridade Competente

Em nossa sociedade moderna, temos assistido diariamente os conflitos e as discórdias aparentemente estabelecidos entre autoridades e seus subordinados, professores e alunos, médicos e pacientes, advogados e clientes, patrões e empregados, banqueiros e bancários, empresários e funcionários, comerciantes e comerciários, juizes e serventuários da justiça, pais e filhos, padres e fiéis, e outros, o que reflete e nos revela verdadeiramente a atual crise dos modelos de autoridade competente, fruto de pensamentos indeterministas e teorias relativistas, céticas e niilistas, que questionam tais paradigmas tradicionalmente absolutos, em nome de ideais como liberdade, individualismo, ateísmo, finitude temporal, instabilidade histórica, inconstância ética e religiosa, irreverência moral, inconsistência psicológica, desordem mental, indisciplina racional e desorganização dos conhecimentos até então adquiridos, transformando as garantias e seguranças desses modelos em algo efêmero, transitório, parcial, relativo, inconstante, sem estabilidade social, política, econômica e cultural, criando ao contrário por outro lado realidades cujos fundamentos não existem, bases sem bases, princípios ausentes em sua sustentabilidade, um mundo sem regras e sem dogmas, cuja essência é a eternidade de seus valores mutáveis, a mudança constitucional e institucional, o nomadismo de pensamentos e atitudes, a metamorfose ambulante, o movimento perene de construção de contrários, que se alternam permanentemente e se mobilizam infinitamente, e que tornam suas vivências e experiências cotidianas momentos de novas e diferentes possibilidades, abrindo o ser, o pensar e o existir para outras alternativas de liberdade e felicidade.
A Crise contemporânea desses modelos demonstra a necessidade que temos de certas mudanças para melhor, para o bem e a paz das sociedades humanas espalhadas pelo mundo inteiro.
Mostra-nos sobretudo que somos nômades.
Sim, estamos na era do movimento.
E tal movimento social e seu processo constante de mudanças destroem para sempre o desejo de modelos e autoridades permanentes, as teorias e ideologias absolutas e estáveis, dando origem pois a partir de agora aos pensamentos descartáveis, aos sentimentos relativos e aos comportamentos indeterminados.
É a indefinição da vida que se faz presente, visto que essa é a sua essência, o seu mundo de possibilidades e o seu universo de alternativas, sempre novas e diferentes.
Com efeito, a indeterminação é a nossa liberdade.
Indefinidos somos felizes.
Eis a nova visão das realidades vividas pela sociedade dos dias de hoje.

4. Na Berlinda da Existência,
os Autoritarismos de Estado, os Dogmatismos Filosóficos e os Absolutismos Científicos

Em função da ascensão do pensamento indeterminista atualmente em nossas sociedades locais, regionais e globais, aqui e agora, observa-se não só a crise das instituições como ainda a queda de regimes políticos antes sustentados pelo critério da estabilidade, o desprezo por filosofias e ideologias de cunho dogmático e a relativização das “verdades” científicas, outrora consideradas absolutas, intocáveis e seguras, todavia hoje perdem o seu significado eterno para se inserir no rol dos discursos verdadeiros mas relativos, transparentes porém transitórios, autênticos entretanto provisórios, sujeitos às instabilidades da experiência real cotidiana, aos limites da história e dos acontecimentos e às finitudes temporais cujas circunstâncias diárias e noturnas refletem a insegurança dos relacionamentos humanos e seu convívio sem garantias estáveis com problemas sociais e culturais, políticos e econômicos.
Desde então, na berlinda dos valores existenciais sem sustentabilidade segura e fundamentada, a vida social se vê questionada em seus momentos aparentemente carregados de garantias psicológicas e ideológicas, tornando assim o ambiente de relações e negociações algo descartável, mutável, irrisório, inconstante e muitas vezes irreal e irracional.
A Sociedade moderna está na berlinda da existência.
Vive hoje a sua própria metamorfose ambulante e circunstancial.
Suas transformações aparentes e essenciais a levam a um novo modelo de vida sustentado agora pela estrutura da instabilidade, provocando-lhe diferentes experiências voltadas ao bem que deve fazer e à paz que deve viver, se esse for o estado de existência ou o caminho que então abraçado certamente a ajudará a ser mais livre e feliz, ordeira e pacífica, fraterna e solidária.
As mudanças agora propagadas e que vem se consolidando no terreno social apontam para novos paradigmas de vida e outros e diversos modelos de existência cujas bases fundamentais são a eternidade dos pensamentos instáveis, a estabilidade das mutabilidades temporárias e a constância de ideologias e experiências sempre em movimento contínuo de superação de si mesmas, ultrapassando de acordo com a situação e o momento temporal e histórico os seus limites reais e transcendendo ao mesmo tempo as suas fronteiras e bloqueios de ordem social e cultural, política e econômica.
Urge buscar outros fundamentos baseados na idéia da instabilidade de valores, símbolos e vivências, todavia que seja sustentada e garantida por princípios racionais bem orientados cuja essência seja a sua durabilidade permanente.
Precisamos da instabilidade estável.

5. A Queda das Teorias
de Estabilidade

O Contexto histórico atual nos mostra que os modelos de instituições ou de estruturas e sistemas baseados na estabilidade estão caindo, isso porque as sociedades humanas modernas, em mudança permanente, vivem o contrário em seu cotidiano de vida: o caos das ruas, a instabilidade de idéias e valores, a insegurança existencial e espiritual, a falta de garantias econômicas e financeiras, o desemprego e a ausência de trabalho, a fome e a miséria, a turbulência urbana e rural, a crise moral e religiosa, o desvio de comportamento por causa de alterações no caráter ou aberrações na personalidade, a ignorância e o analfabetismo, a confusão mental, a desordem social e política, a ética sem transparências, a relativização das certezas absolutas, a indisciplina racional, a desorganização dos conhecimentos obtidos, a violência nos campos e nas cidades, os conflitos trabalhistas e familiares, os relacionamentos discordantes e antagônicos, as situações de indiferença e insensibilidade de uns em relação aos outros, a má conduta de grupos e indivíduos, a corrupção dos poderes, o vazio da vida e o nada da existência, o desrespeito às autoridades constituidas, a irresponsabilidade e as atitudes sem compromissos de muitas organizações corporativas, o amor carente de diversos casais, a ausência de fraternidade entre as pessoas e de solidariedade entre os povos, as amizades contraditórias e a generosidade hipócrita, enfim, um complexo de circunstâncias adversas que comprovam a insistência do indeterminismo coletivo em inúmeras populações e suas comunidades de moradores e trabalhadores, antes sustentadas por ideologias estáveis e teorias seguras que punham na estabilidade de paradigmas a sua força de permanência no meio da sociedade.
Hoje, os modelos de instabilidade já são uma realidade entre nós.

6. Sociedades Temporárias,
Culturas Transitórias e Mentalidades baseadas na Instabilidade

A Era das mudanças permanentes ou dos movimentos de metamorfoses constantes, que caracteriza o nosso instante atual, em todos os locais e regiões do Globo Terrestre, aqui e agora, vem construindo uma outra, nova e diferente cultura em nosso meio de vida e existência, como também uma diversa mentalidade baseada em alternativas e oportunidades que tendem a possibilitar valores, virtudes e vivências e experiências em torno da bondade e concórdia nos relacionamentos de cada dia, o que propicia para todos nós uma sociedade maior e melhor, certamente superior ao modelo de sociedade anterior, em que se viabilizam simultaneamente o progresso dos povos e o desenvolvimento das nações ricas e pobres, emergentes e em evolução temporária, o seu crescimento interior e exterior, físico e mental, material e espiritual, proporcionando assim aos seres humanos em geral mais saúde individual e coletiva, e mais bem-estar interpessoal, interdependente, onde a interatividade de pensamentos, sentimentos e comportamentos e seu compartilhamento de conteúdos de conhecimento de qualidade e excelência, geram maior dignidade humana e qualidade de vida comprovada no convivio social e cultural que estabelecem grupos e indivíduos diferentes e as novas e antigas comunidades de moradores e trabalhadores, que fazem as sociedades humanas caminharem nesse processo contínuo de transformações reais e atuais, temporais e históricas.
Esse quadro de instabilidade que hoje se verifica no meio de nós é o responsável pela construção de novos e diferentes olhares sobre a realidade, pela criação de diversos modelos de sociedade e paradigmas alternativos para o fluxo cultural que temos e o complexo de mentalidades cujo intercâmbio nos oferece oportunidades para produzir uma boa vida cotidiana e uma ótima existência fundamentada em bases psicológicas e espirituais bem consolidadas.
Hoje, o campo está fértil para o surgimento de categorias de vida e padrões de existência que encontrem no modelo de instabilidade a pedra fundamental para a construção de seu edifício físico, mental e espiritual, sustentado pelas garantias aparentemente seguras das sociedades móveis com suas mudanças estáveis e transformações mutáveis, que identificam o movimento moderno de metamorfoses ambulantes e seu processo de geração de condições de vida e trabalho, saúde e educação bem desenvolvidas.
Aqui e agora, abre-se o mundo para a renovação de suas estruturas de vida e a libertação de seus sistemas antes apegados ao absolutismo de suas representações mentais, institucionais e constitucionais.
Atualmente, um momento de abertura,
um instante de renovação interna e externa,
um cotidiano libertador de diferentes possibilidades e alternativas e oportunidades para todos e cada um.
Eis a Época da Instabilidade com seu indeterminismo cético e relativo, niilista e individualista.
Um tempo realmente de geração de novos modelos de Deus, de homem e mulher, de mundo e cultura, de sociedade e história, de natureza e universo, de vida e existência.

7. A Teoria Indeterminista

A Consciência dos Fenômenos
Indefinidos e a Realidade das
Experiências Indeterminadas

Sem teto e sem chão
Sem portas e sem janelas
Sem tempo e sem lugar

A Ordem do Caos
A Lógica do Concreto
A Eternidade das Realidades Infinitas

Um Mundo sem limites
Um Dia a dia sem fronteiras
Um Universo sem garantias
Uma Vida sem fundamentos
Um Cultura sem princípios
Uma Mentalidade sem origens
Uma Área sem seguranças
Uma Realidade sem bases
Uma Consciência sem fontes
Uma Natureza sem sustentáculos

8. A Cultura do Descartável

Em nossos tempos atuais, assistimos cotidianamente ao império de uma filosofia de vida cujo centro de atenções é o que é útil, agradável e interesseiro; à predominância de uma mentalidade onde o que é mais importante é a rapidez dos negócios, a velocidade das informações e a aceleração de atitudes e comportamentos; ao privilégio de uma cultura tipicamente descartável em que o que existe aqui e agora já não existirá amanhã ou em outro momento e lugar.
Então, o que vale é o instante, a situação momentânea, as circunstâncias aparentes e contingentes, a instabilidade do que é transitório e provisório, deixando-se de lado total ou parcialmente os valores permanentes, a constância das ações éticas e espirituais, a estabilidade dos trabalhos, o equilíbrio da mente e das emoções, o controle da consciência e o domínio de si mesmo.
É a cultura do descartável.
Na política, os deputados e senadores mudam de partido a todo instante caracterizando a chamada infidelidade partidária.
Na economia, o intercâmbio de capitais valoriza o dinheiro mais forte, aquele que tem mais poder, o que configura maior influência social, desprezando os baixos salários, o desemprego e as más condições do exercício do trabalho.
No casamento, passando pelo namoro e a paquera até chegar ao noivado, prevalece a mulher descartável, que o homem hoje arranja na rua e no dia seguinte está dentro de casa. E, dali a um mês, ambos já se encontram separados, partindo pois para novas uniões e novas separações, cada qual defendendo seus próprios interesses e privilégios, e garantindo o melhor lugar no mercado de amores e desejos, paixões e traições.
Nas Universidades, nas escolas de ensino médio e no ensino fundamental prioriza-se a didática da velocidade onde o tempo de ensino é dinheiro e a economia do conhecimento é a palavra mais forte na hora das avaliações dos alunos e alunas, sem falar nos testes de curto alcance e no baixo repertório de conteúdo proporcionado pelas provas presenciais e online, dentro e fora da sala de aula, nas pesquisas rotineiras e nos debates em que há mais gritaria do que raciocínio ou argumentação de idéias.
Na área de saúde, os médicos e enfermeiros e quase todos os agentes sanitários preferem vez ou outra o mercado da doença, o lucro que os remédios podem propiciar, o crédito oferecido pelos planos de saúde, a sua carreira profissional e a qualidade dos salários que podem usufruir, negligenciando o lado humanitário da enfermidade, a consideração que se deve possuir em relação ao doente ou paciente, o conteúdo de conhecimentos que a ciência, a tecnologia e a medicina em geral oferecem diante de tantas pragas e vírus, bactérias e moléstias as mais diversas e contraditórias, as condições ambientais dos hospitais, emergências e clínicas de saúde e ambulatórios, ignorando-se inclusive a prevenção profilática em nome de paliativos que não resolvem nem atingem a raiz dos problemas.
No campo da tecnologia, observa-se o constante troca-troca de telefones celulares, rádios e televisões, assim como a mudança permanente de automóveis novos e usados ou a compra e venda de imóveis, casas e apartamentos com uma rapidez e ousadia que nos impressiona e nos deixa surpresos.
No trânsito das cidades, ou até mesmo na aparente tranqüilidade dos campos e meios rurais, nota-se a urgência de atitudes, a emergência de comportamentos, a “falta de tempo” das pessoas, o descontrole dos horários e a falta de alternativas diante da hora curta e do pouco espaço de tempo e lugar, o desequilíbrio do tráfego com engarrafamentos e congestionamentos, acidentes de carros ou atropelamentos, a “hora do rush” quando tudo fica parado, trancado e engarrafado no vai e vem de ônibus, trens e barcas, autos e metrôs, navios e aviões.
Nas ruas e avenidas das Cidades, as pessoas não se olham mais, há uma correria exagerada para fazer as coisas, falta diálogo nas empresas e escritórios, os namorados esquecem-se até de beijar na hora da despedida, os transeuntes andam apressados superando o tempo escasso e o ambiente alienante e alienado onde se acham naquele momento.
Enfim, a cultura do descartável na mente das pessoas faz todos correrem, serem velozes e acelerados, driblando a disciplina necessária na hora dos compromissos ou ignorando a responsabilidade diante da indispensável maneira de assumir as coisas, os trabalhos e as tarefas do dia a dia.
Também no esporte – o comércio dos jogadores e atletas nacionais e internacionais – como na arte e na filosofia sobressaem a mentalidade de quem produz conteúdos descartáveis e o ambiente de negócios desqualificados, incompetentes e sem a transparência ética devida perante o mercado do que é útil e rápido, incoerente e instável, inconstante e veloz.
Sim, hoje o mundo é descartável.
Nesse universo, reinam os espertos e caem as pessoas direitas e de respeito.
Imperam os malandros.

9. Nomadismo

Sem tempo e sem lugar,
a experiência e a consciência
de atividades cotidianas
em permanente movimento

Mundo Polivalente,
Multifuncional e Pluridimensional

Observa-se hoje em dia, como fenômeno social emergente nas sociedades contemporâneas, aqui e agora, em áreas locais, regionais e globais, a presença de um novo comportamento vivencial, experiencial e existencial, temporal e histórico, real e atual, ao qual denominamos de Nomadismo, em que o homem e a mulher, na moderna era científica e tecnológica, crítica e dialética, informática e insofismática, dentro de sua experiência real cotidiana, age, vive, atua, trabalha e se movimenta constantemente, ultrapassando mesmo o tempo necessário para realizar suas atividades ao mesmo tempo em que ignora a fixação de lugares e a imobilidade de endereços fixos, então pensando idéias e ideais realistas, sentindo sentimentos sérios, autênticos e verdadeiros, comportando-se rapida e velozmente, otimista e positivamente, com bom alto-astral e auto-estima elevada, favorecendo diferentes tendências, abrindo-se a novas possibilidades, renovando-se interior e exteriormente, libertando-se de preconceitos e superstições, progredindo material e espiritualmente, evoluindo mental e fisicamente, crescendo economica e financeiramente emergindo social e coletivamente, emancipando-se politicamente, desenvolvendo-se natural, cultural e ambientalmente, superando limites, ultrapassando barreiras e transcendendo obstáculos, criando novas amizades, apaixonando-se por novos amores, crendo mais em Deus, confiando mais em si próprio, acreditando nas boas coisas da vida, na vitória do bem sobre o mal, da paz sobre a violência, da luz sobre as trevas, do amor sobre o ódio, da vida sobre a morte, abraçando pois a cultura do bem e da paz, e a mentalidade baseada na fraternidade, na solidariedade e na generosidade, agindo com mais juizo e bom-senso, buscando mais a sua saúde pessoal e o bem-estar dos outros, desejando mais a sua liberdade e a felicidade alheia, respeitando para ser respeitado, assumindo um compromisso responsável com sua ética comportamental, com sua espiritualidade natural, com sua nova mentalidade cultural cujos valores, normas e princípios fundamentam-se na prática da ordem e da justiça, do direito e da verdade.
Tudo isso, enfim, aponta para o Fundamento de todos os fundamentos, Ele, Deus e Senhor, o Criador, o Autor da Vida.
De fato, atualmente temos uma nova visão de Deus, um novo olhar sobre o homem e a mulher, uma nova interpretação da realidade.
Todo esse complexo humano, natural e cultural de limites, tendências e possibilidades caracterizam o Nomadismo, a nova humanidade dos tempos de hoje.

10. O Reino dos fluxos indefiníveis e o
Império dos complexos indetermináveis

A Filosofia indeterminista e seu mundo de ideologias sustentadoras de uma outra, nova e diferente realidade, identificada com o valor das indefinições e das representações indeterminadas, é responsável hoje pela crise de modelos de estabilidade, pela origem de opiniões céticas onde se acham a incerteza dos conhecimentos e as dúvidas sobre as verdades construídas, pelo niilismo existencial em que se verificam o nada da existência e o vazio espiritual, pela relativização dos fenômenos da experiência real cotidiana onde se privilegiam culturas descartáveis e mentalidades sem fundamentos concisos, a falta da essência na geração dos acontecimentos e dos relacionamentos e o cultivo das relações aparentes, sem substâncias filosóficas, que ignoram uma boa ética comportamental e uma ótima espiritualidade natural, assim como idéias sem sentido algum, raciocínios sem lógica nenhuma, símbolos confusos e imagens complicadas, valores sem consciência e consciências sem valores, atitudes sem respeito e irresponsáveis, juízos irreais e ausência de bom-senso nas atividades, a irracionalidade das ações e a inconsciência dos sentimentos vividos, pensamentos alienados e teorias alienadoras da realidade, distúrbios mentais e desequilíbrios emocionais, a violência e a agressividade nos intercâmbios entre as pessoas, a carência afetiva e o descontrole da cabeça com parcial domínio de si mesmo.
Esse reino de indefinições vividas revela a crise atual em que estamos.
Esse império de comportamentos indeterminados parece sugerir-nos a necessidade de buscarmos a partir de agora um novo modelo de sociedade e diferentes paradigmas de vida onde se gerem outras visões de Deus, de homem e de mulher, de tempo e de história, de mundo e de realidade, de natureza e de universo, de matéria e espírito, de corpo e de mente, de consciência e de experiência, de racionalidade e acontecimento.
De fato, o indeterminismo tem seu lado negativo porém nos apresenta um mundo de possibilidades e alternativas capazes de produzir diversas oportunidades para todos e cada um, além de nos propiciar esperanças de um mundo melhor e uma vida e existência mais pacíficas e fraternas, baseadas no bem pessoal e na solidariedade coletiva, condições de uma humanidade mais livre e feliz.
Assim, o momento presente é de expectativa para o que possa surgir de novo.
Quem sabe um novo céu e uma nova terra.
Talvez o paraíso que todos almejamos.
Possivelmente, um caminho aberto para a satisfação dos nossos desejos e anseios e realização dos nossos sonhos e necessidades.
Eis uma nova estrada de diferentes possibilidades.
Mergulhemos pois no novo.
Vivamos a diferença que agora está diante de nós.
Será a nossa liberdade que se aproxima ?
Pode ser.

11.a. Quando a realidade é cética/A

Na experiência indeterminista, a realidade é cética, carregada de dúvidas existenciais e de incertezas no conhecimento adquirido, tornando então a vida humana vazia e sem sentido, ou, na melhor das hipóteses, transformando a nossa tradicional visão da realidade e inserindo-nos pois em um olhar novo e diferente sobre esses fenômenos cotidianos e suas ocorrências reais e atuais, temporais e históricas, e seus acontecimentos transcendentais, imanentes e transcendentes.
Desse modo, a existência humana vira uma metamorfose situacional onde as circunstâncias reais e ambientais fazem-se relativas, aparentes e efêmeras, provisórias e transitórias, não admitindo idéias constantes e valores permanentes, virtudes estáveis e vivências seguras, todavia ao contrário instala entre nós a cultura da instabilidade e a mentalidade baseada nos movimentos descartáveis da natureza e na dinâmica operacional do universo que agora tem o seu entendimento aparentemente em crise, confuso e mentalmente complicado, sujeito às intemperanças da consciência e aos desequilíbrios da liberdade humana, ao descontrole de sua racionalidade e à ausência de domínio de sua inteligência.
Ocorre então que a teoria e a prática humana, natural e cultural, acham-se conturbadas, conflitantes e violentamente na berlinda de uma vida ora sem significado algum, ou então com uma compreensão parcialmente outra, nova e diferente sobre os diversos momentos e acontecimentos da realidade da experiência cotidiana.
Nesse processo de tentativas reais e abstratas de entendimento do que se passa então na vida da história e na história da vida integram-se para isso o ceticismo com suas dúvidas e incertezas, o niilismo com seu nada e vazio, o relativismo com suas indiferenças relativas e ignorâncias quanto à possibilidade do absoluto, o indeterminismo com suas indefinições temporais, o individualismo com seu isolamento exterior e sua solidão interna, e o ateísmo, que, na verdade, não ignora a idéia de Deus, mas ao contrário levanta a hipótese de um outro conceito de divindade, com novas formas de expressão e diferentes manifestações para a vida da humanidade.
Tal realidade cética aponta-nos para um novo mundo de possibilidades e alternativas variadas de compreensão dessa mesma realidade, que parece abrir-se para as diferenças da novidade permanente, capaz de nos gerar uma boa vida social, um grande engajamento político, um correto comportamento ético, um equilibrado nível de vida econômica e financeira, um conhecimento qualificado de nossas produções culturais, uma nova forma de fazer arte e ciência, uma outra visão da história das relações humanas, e quem sabe uma diferente maneira de visualizar a nossa espiritualidade natural, em que Deus tenha uma definição mais justa de quem Ele é aliada de uma reflexão mais positiva e otimista no meio da sociedade.
Logo, longe de amedrontar-nos ou nos intranqüilizar, devemos ver o ideal indeterminista como uma oportunidade verdadeira de constituição de uma realidade mais autêntica e transparente, uma possibilidade de saúde e bem-estar para nós no presente e futuro, e uma alternativa talvez de construção de melhores condições de vida e trabalho para as pessoas, com a sua conseqüente qualidade de vida e existência excelente finalmente postas em prática.
De fato, com a filosofia indeterminista se observa que uma nova realidade parece se nos apresentar.
Que ela surja com boas esperanças para a humanidade, trazendo-lhe pois de verdade maior liberdade de ação e manifestação, fundamento da verdadeira felicidade.

11.b. Quando a realidade é cética/B

Diversas vezes no dia a dia da nossa vida familiar, ou nas ocupações do trabalho e do emprego, ou nas preocupações com nossas necessidades cotidianas, ou nos nossos relacionamentos diários e noturnos em casa, na empresa, na rua, no supermercado, no jornaleiro e na farmácia, no botequim e na padaria, ou ouvindo as notícias do rádio, dos jornais e das revistas, ou assistindo à programação da televisão e do computador na internet, ou telefonando e nos comunicando com alguém, ou rezando na igreja ou visitando um amigo no hospital, ou estudando na escola e na faculdade, ou andando de trem, ônibus ou metrô, vemo-nos perturbados por dúvidas na mente e incertezas nos conhecimentos que adquirimos, incomodados com as divergências na família ou com colegas do trabalho, vivendo a instabilidade de conflitos que se criam e violências que se instalam nas localidades e ambientes por nós vividos, experimentando diálogos discordantes e conversas que contradizem nossos comportamentos comuns no dia a dia, convivendo com a contrariedade das pessoas que se dirigem a nós e as adversidades com quem nos encontramos momentaneamente,
enfim, sendo condicionados por um estado de vida constantemente em crise, incerto nas suas ações, imaginário nas suas realizações, duvidoso nas suas experiências mais decisivas e importantes, desequilibrado ainda que tentemos manter o controle da nossa vida e o domínio de nossas atitudes, quase sempre inconsciente, irreal e irracional, precisamos então reverter tal situação disciplinando a nossa razão, dominando os nossos desejos e paixões, controlando a nossa mente e as nossas emoções, equilibrando a nossa vida financeira, social e psíquica, colocando pois ordem em nosso interior, organizando as nossas idéias e valores, a fim de que tenhamos uma consciência boa e um comportamento bem razoável, com que será possível bem administrar a nossa existência, e oferecer-lhe condições de boa saúde e bem-estar, qualidade de vida elevada, felicidade no que se faz e realiza, liberdade de trabalho capaz de gerar novas alternativas de cumprimento de nossos deveres e obrigações e diferentes possibilidades de satisfação de nossos direitos e anseios e realização de nossa vida vocacional e profissional.
Com o ordenamento da nossa consciência, a disciplina de nossas atividades e a organização de nossos conteúdos de conhecimento, é possível superar essa realidade cética que procura nos envolver, ultrapassar os seus riscos e os seus medos, e transcender as suas dúvidas existenciais e incertezas espirituais, abraçando de verdade em nossa vida real e atual os fundamentos seguros que nos garantam a paz interior tão necessária, o bem que devemos fazer, a estabilidade de nossos atos diários e a consolidação dos nossos princípios de vida baseados certamente na fé em Deus que é preciso usufruir e na prática de coisas boas para o nosso instante de aqui e agora tais como construir boas amizades, ser amigo e fraterno com as pessoas, ser generoso e solidário em nossas relações humanas e sociais, e desenvolver uma política de amor em que sobressaiam o nosso otimismo, a nossa alegria e o sorriso no rosto e nos lábios, o que na realidade fará crescer a nossa auto-estima, sem a qual não teremos força suficiente para derrubarmos nossas realidades incertas, inseguras e duvidosas.
Portanto, aumentar o nosso astral é fundamental e vital para o sucesso cotidiano, condição de ordem e felicidade em nossas vidas de cada dia.

12. A Experiência Niilista

Após o auge do Romantismo do século XVIII, a crise de valores éticos e religiosos do século XIX e a ascensão do pensador alemão Nietzsche durante esse período, a revolução cultural, tecnológica e científica do século XX, o desenvolvimento da Informática, da Nanotecnologia, da Inteligência Artificial, da Robótica e dos Sistemas com circuitos integrados e sua técnica dos Chips, que nos atingem sobretudo hoje, em pleno século XXI, como uma espécie de reação natural e compensação psíquica e social, levantam-se atualmente diversas ideologias políticas, teorias científicas, filosofias existenciais e modelos espirituais de vida cujas características cotidianas se identificam com o nada da existência, o vazio do espírito, a falta de sentido para a vida, a ausência de razões para viver e existir, a idéia de que somos inúteis e não valemos nada, a carência afetiva, o isolamento exterior e a solidão interior, a alienação da realidade, os conflitos familiares e trabalhistas, os maus relacionamentos e os comportamentos descartáveis, os desvios de caráter e as aberrações da personalidade, a confusão mental e a desrazão irreal, a irracionalidade e a inconsciência dos valores, intenções e interesses da inteligência, a violência urbana e rural, a fome e a miséria, a pobreza e a ignorância, o analfabetismo, enfim, o estado crítico e dialético de vida e existência que suportamos hoje, causando-nos desequilíbrio mental e emocional, descontrole da consciência e falta de domínio de si mesmo, instabilidade social e familiar, inconstância moral e ética, insegurança espiritual, falta de garantias seguras de vida material, física e mental, tudo isso nos revela o quadro negro de uma realidade vazia e nada-nte, a qual constitui o nada e o que é inútil como fundamentos da existência humana, sem sentido algum, insignificante e absurda.
Lado a lado com o indeterminismo, a corrente niilista atravessa a história real e atual do mundo de hoje exigindo de nós uma retomada de atitude e uma revisão de comportamento que nos ofereçam condições suficientes para a superação dessa problemática presente que vem atingindo em cheio toda a conjuntura da humanidade.
Devemos rever nossas posições éticas e reavaliar nossos princípios de vida espiritual, de tal modo que possamos refundamentar as nossas realidades humanas, vivas, sociais e existenciais, a fim de que não caiamos em tal moléstia da alma com efeitos de crise patológica que vem adoecendo hoje o nosso espírito, infernizando o nosso corpo e tornando enfermas as nossas possibilidades e alternativas de ultrapassagem dessa berlinda doentia da existência que verificamos aqui e agora.
De posse desses fundamentos morais e espirituais bem orientados é possível transcendermos tal situação caótica e suas circunstâncias de morte cultural e prisão psicológica, além é claro das algemas mentais e das cadeias ideológicas que essa escravidão meta-neurótica e psicótica faz-nos viver no momento atual.
É preciso coragem!
Coragem para ir à luta, e vencermos essas contradições da vida contemporânea.
E muita fé em Deus, é óbvio.

13. Tudo é Relativo

A Corrente de vida e pensamento relativista, que prega a relatividade de todas as coisas, a ausência do absoluto, onde não existem centros definidos mas sim a indeterminação de todos os pontos de referência, fazendo dessas referências indefinidas novas centrais de relacionamento, de convergências de consciências e experiências diferentes, que concentram a diversidade de situações vividas e de circunstâncias praticadas, afirmando assim a variedade da realidade e sua rede de relações intercambiais, interativas e compartilhadas.
Sim, tudo é relativo.
Todos são partes de um todo em processo permanente de construção.
Todos comungamos e participamos de diferentes centros de debates e de discussões, de possibilidades variadas e alternativas diversas, convergentes ou divergentes, de acordo com a finalidade e o conteúdo das relações que se fazem e se realizam tendo em vista a mútua cooperação e a colaboração recíproca.
Somos relativos uns aos outros.
Dependemos.
Somos interdependentes.
Dependemos uns dos outros.
Dependemos do mesmo centro, ou de centros diferentes.
Somos pois diferença, diversidade, variedade, dependência, interatividade, compartilhamento, cooperação, colaboração, intercâmbio de culturas e mentalidades convergentes.
Não há a possibilidade de idéias ou realidades absolutas.
Somos aparências, temporalidade, historicidade, realidades transitórias e provisórias, relativas, sempre em referência a alguma coisa, momentos de instabilidade de vida e existência.
Nesse movimento relativista, a filosofia indeterminista encontra apoio e sustentabilidade, base de crescimento e fundamento para suas manifestações cotidianas na vida da sociedade.
Relativos e indeterminados, podemos construir um novo mundo de interatividades cujas possibilidades se assentam em diferentes núcleos de referência positiva, geradores de relações progressivas e evolutivas.
De fato, tudo é relativo.
Nossas idéias são relativas.
Nossas certezas são relativas.
Nossas verdades são relativas.
Nossos pontos de vista são relativos.
Ser relativo, eis o princípio da liberdade.

14. Mais indivíduos do que pessoas

Um dia desses, fui ao centro da cidade, no Rio de Janeiro, e passando pela avenida Rio Branco, observei aquela multidão indo e vindo pra lá e pra cá uns apressados e outros andando devagar, mais alguns caminhavam perdidos no meio do povo ora lendo o jornal do dia ou acessando o celular, ora preocupados com os afazeres cotidianos ou conversando aos passos rápidos com a namorada ou um amigo ou um conhecido do percurso ou um colega de trabalho, outros ainda dispersos no meio de tanta gente faziam anotações em suas agendas de papel ou eletrônicas, ou faziam um toque de batucada de samba na pasta de trabalho como que querendo animar o seu dia a dia tão conflitante e turbulento, confuso e complicado, ou pessoas executivas e trabalhadores de plantão de terno e gravata dirigindo-se a seus ambientes de emprego com uma velocidade superior ao tempo e com uma aceleração cuja rapidez ultrapassava a força do pensamento, tão céleres que se encontravam.
Eram indivíduos que passavam e não pessoas que viviam a vida.
Homens e mulheres perdidos no meio do caminho.
Empresários sem tempo para dialogar com outrem.
Executivos e advogados mais preocupados com o horário e o dinheiro, com seus trabalhos velozes e apressados, do que consigo mesmos.
Bancários e comerciantes que superavam a velocidade do pensamento e ultrapassavam a aceleração do tempo, sem oportunidades para si próprios, esquecidos e ignorados e sem identidade dentro daquele clima de transeuntes ocupados com seus problemas e aparentemente desesperados com a vida que levavam e a existência que carregavam como um peso pesado da realidade.
Ali, não havia sonhos nem esperanças.
Lá, era o lugar da bagunça mental e do caos social e ambiental da Cidade do Rio.
Pareciam máquinas.
Eram motores ligados e desregulados, perdidos e dispersos, alterados em suas emoções, desequilibrados por seus desejos, anseios e paixões, descontrolados dentro da massa e sem domínio algum da parte deles mesmos.
Era a massa, gente sem identidade, indivíduos sem personalidade, pessoas superficialmente sem caráter algum.
Sujeitos sem particularidades.
Egos sem eu.
Assim é o indeterminismo atual, que encontra no individualismo das pessoas a chance para se promover e a oportunidade para se instalar no interior da realidade cotidiana.
Indivíduos, mas não pessoas.
Porque pessoas indefinidas e indeterminadas.
Que fazem da turbulência mental e social o único caminho de existência nesta vida, uma vida sem identidade.


15. Somos de Deus,
embora ateus

O Ateísmo dos tempos modernos tem uma identidade diversa dos séculos passados onde predominava a idéia da ausência de Deus na realidade e na vida humana, ao contrário e diferente de hoje cujo entendimento é o de que precisamos de um outro modelo de Divindade, uma nova visão do Criador e uma diferente interpretação da realidade divina, eterna e infinita, transcendente e imortal, da vida sem fim e sem limites que vai além da morte física e temporal.
Pertencemos a Deus, mas tendo de Deus um olhar mais transparente, autêntico e verdadeiro.
Reconhecemo-nos criaturas do Senhor, todavia olhamos agora esse Senhor com mais consciência do que de fato Ele é e representa para nós, um Senhor amigo e amoroso, compreensivo e respeitoso, bom e pacífico, eterno e maravilhoso, poderoso e misericordioso, vivo e infinito, perfeito e excelente, fiel aos seus princípios e favorável a quem é bom e faz o bem, que oferece sempre os seus benefícios presentes a quem procura viver uma vida de direito e respeito, livre e responsável, equilibrada e sensata, tolerante e compreensiva, amiga e generosa, fraterna e solidária, justa e verdadeira.
A partir desses princípios naturais da vida e existência humanas, descobrimos um outro Deus, nos conscientizamos de que o Senhor também é natural, e não sobrenatural como afirmavam no passado.
Sim, Deus é natural.
O Senhor é humano.
O Criador compreende a gente.
É nosso amigo.
Em função dessa compreensão da atual realidade divina, o indeterminismo faz o seu jogo cotidiano tornando-se então mais racional e consciente de suas responsabilidades no interior da sociedade.
Como se observa, graças ao pensamento e à realidade indeterministas e sua visão da história e da humanidade podemos hoje nos alegrar com a possibilidade de uma outra idéia de Deus, sempre presente e insistente na realidade das sociedades humanas, porém hoje mais compreendida e pelos humanos feita mais consciente, liberta dos preconceitos de outrora e de suas superstições bloqueadoras de sua racionalidade.
Temos então o mesmo Deus de toda a história da humanidade entretanto com uma consciência maior e melhor por parte dos homens e mulheres contemporâneos, entendimento esse propiciado pelos questionamentos constantes e pela problemática existencial e espiritual erguida pela ideologia indeterminista.
Hoje somos mais conscientes de quem Deus é.
E assim mais comprometidos com Ele.
Mais fiéis a Ele.
Mais amigos dEle.
Eis o Deus da Vida como de fato Ele se dá para nós.
Eis o que Ele representa para nós hoje.


16. O Princípio da Incógnita

Aplica-se o Princípio da Incógnita em situações de conflito que precisam ser solucionadas, em casos de emergência onde se observa tensões entre os adversários e pressões entre os inimigos, em circunstâncias de perigo ou crise psicológica e espiritual, mental e existencial, vivencial e emocional, em momentos de aflição e angústia, tristeza e depressão, nos instantes mais graves da nossa vida de cada dia quando não encontramos respostas para as nossas perguntas, ou nos envolvemos em uma rua sem saída, ou não sabemos solucionar as nossas dúvidas e incertezas mais insistentes.
Nesses casos e em tais condições de vida e existência, o Princípio da Incógnita acalma os grupos e indivíduos, tranqüiliza os ambientes adversos, ameniza o clima contrário, atenua as contrariedades e as contradições internas e externas que ora encontramos em nossos relacionamentos de família e de trabalho, nas discussões sérias com conhecidos no meio da rua, nos debates nas universidades quando os raciocínios se tornam críticos e as retóricas se acham dialéticas, no bate-papo do dia a dia ao entrarmos em choque com pontos de vista diferentes, visões da realidade contrárias à nossa, interpretações antagônicas acerca dos seres e das coisas que envolvem os fenômenos da realidade, brigas e confusões entre colegas do trabalho ou vizinhos do mesmo condomínio, condições vivenciais que apontam para a maldade das pessoas e a violência contra a sociedade.
Digamos por exemplo que 2 namorados vivem discutindo noite e dia sobre a necessidade de fazer ou não sexo antes do casamento. Como resolver essa questão ? Apelando-se para o Princípio da Incógnita nota-se que passamos a encontrar um terceiro caminho de solução para essa crise de sexualidade entre um jovem moço e uma jovem garota.
Fazer sexo ou não antes do casamento ?
O Princípio da Incógnita nesse caso atuaria dizendo: “mais tarde falamos sobre isso”; ou “depois a gente conversa”; ou “não se preocupe com isso, ocupe-se sim com outras coisas”. Ou seja, o Princípio da Incógnita intenciona manter a dúvida sobre a questão, a incerteza na relação, o desconhecido como ponto de partida amenizador dos conflitos então gerados, proporcionando assim calma aos ânimos agitados e tranquilidade às pessoas briguentas, dando-lhes mais tempo para pensar sobre o assunto, mais condições de liberdade para tratar bem do problema, mais alternativas de solução para a problemática instalada, mais oportunidades para condicionar respostas e soluções para essas crises existenciais, tensões espirituais e pressões sociais e mentais, abrindo pois o caminho possibilitador de um ambiente mais agradável e favorável que realmente leve ao milagre da opção mais certa, racional e equilibrada para as circunstâncias turbulentas que ali se criaram.
O Princípio da Incógnita sempre acha uma terceira via solucionadora para os problemas existentes.
Ele, o Princípio da dúvida que acalma, da incerteza que tranqüiliza e do desconhecido que nos traz naquele momento uma paz relativa e provisória, a partir da qual se procurará a solução desejada para ambos, os agentes conflitantes.
Ele, uma alternativa razoável,
a opção talvez mais certa naquela hora,
a atitude madura de quem quer bem resolver o problema,
a certeza de que o equilíbrio tem que ser mais forte e o bom-senso a ação mais adequada em tais circunstâncias.
Ele, um caminho de solução,
uma resposta em meio a crises, pressões e tensões, doenças e enfermidades, desvios e aberrações, desesperos e aflições, inconstâncias e instabilidades, conflitos e discordâncias, contradições que propiciem comportamentos violentos e gestos agressivos.
Uma boa estrada nos instantes mais difíceis e nos momentos quase impossíveis da nossa vida cotidiana.
Um jeito diferente de resolver as coisas.


17. Às Margens do Vácuo

A Realidade da experiência humana cotidiana nos mostra que sempre estamos nesta vida entre as fronteiras da razão e da desrazão, do equilíbrio e da loucura, do sensato e ordenado e do imaginado e inconsciente, do real e do irreal, do racional e do irracional, do intencional e do acaso, ou seja, em outras palavras, às margens do vácuo, podendo ou não muitas vezes cairmos no vazio espiritual e no nada da existência ou ao contrário mantermos o controle da nossa mente e das nossas emoções, desejos e paixões, e o domínio sobre nós mesmos, equilibrando-nos no meio da realidade, agindo com juízo e bom-senso em nossas atividades diárias e noturnas e em nossos relacionamentos interpessoais e em nossos comportamentos interdependentes, refletindo assim a necessidade que temos uns dos outros, a exigência da nossa natureza por ações fraternas e solidárias e atitudes cooperativas e colaborativas.
Além dos limites da racionalidade e das fronteiras da realidade, seja no campo da ética ou do conhecimento, seja na dimensão natural ou sobrenatural, seja na condição mental ou espiritual, seja nas circunstâncias de família e trabalho ou nas situações de ordem política, econômica, social e cultural, está o mundo do vácuo, o universo do silêncio, a realidade do vazio e o ambiente do nada.
Parece mesmo que em nosso dia a dia vivemos entre o silêncio e o barulho, a vida e o nada, a existência e o vazio, o tudo e o vácuo.
Sim, viver é estar diante do abismo.
É arriscar-se a cair ou não na ausência do sentido e na falta de razões para viver e existir.
A Vida de fato é uma corda-bamba.
Nós, os equilibristas.
Se cairmos, vamos ao fundo do vazio e do abismo.
Se nos equilibrarmos bem, então teremos a vida, viveremos bem a nossa vida de cada dia.
Ora, o segredo pois de uma boa vida é o equilíbrio da mente e o bom-juizo da consciência.
Sem eles, tudo é o vazio da doença, o abismo da cultura da morte e da violência, o nada de uma existência sem sentido e razões para viver, o silêncio sem amor, a mentalidade de quem faz do vácuo a sua ideologia, a sua liberdade e felicidade.
Portanto, manter o equilíbrio e usar sempre o bom-senso em nossos comportamentos é com efeito garantir a nossa segurança existencial, fugindo dos laços da indefinição e das cadeias e prisões da indeterminação.
Conscientes de nossos limites humanos e naturais, sabemos que estamos sempre perante a realidade oca, o buraco negro da existência, o fundo sem chão de uma experiência indefinida, o mais profundo solo da indeterminação dos seres e das coisas.
Devemos pois ser equilibristas.
E tomar consciência do que està às margens da vida: o vácuo da existência, o vazio da espiritualidade, o silêncio do tempo e da eternidade, o nada de uma realidade irreal e irracional, o abismo da inconsciência imaginária total ou parcialmente alienada.
Fora de nós, por conseguinte, o fundo sem fundo.
Dentro de nós, o equilíbrio da racionalidade e o bom-senso de uma cabeça sadia e de bem com a vida.
Que Deus, o Senhor, nos ajude a ser nesta vida bons equilibristas.
Buscando sempre o bom-senso das coisas e fugindo permanentemente da loucura de uma imaginação doente que nos persegue a cada instante.
Sejamos da vida, pela vida e para a vida.
O Resto é o vazio.


18. O Ser e o Vazio

A Existência humana e sua realidade cotidiana nos apresentam os conteúdos do ser natural e universal, e os detalhes de sua essência globalizadora e as diferenças de sua substância totalizante.
À margem desses conteúdos pensantes, discernentes e cognoscentes está o vazio da vida indefinida e o nada dos ambientes indeterminados.
No vazio do ser, a irrealidade de um viver sem sentido e a irracionalidade de um existir sem razões suficientes para se constituir, se propagar, se consolidar e se estabilizar.
Ali, o nada é a presença, o vazio é a essência, o silêncio é a transparência, a ausência é a consciência, a falta é o todo, o abismo é o mais fundo da realidade e o mais profundo da eternidade.
Sim, entre as fronteiras do ser e suas manifestações simbólicas e imaginárias, eidéticas e eustáticas, intencionais e insofismáticas, vivenciais e experienciais, e os limites do nada que nada para o mergulho no oceano das coisas vazias e dos seres faltantes, das instâncias silenciosas e das aparências ausentes, se encontram as relações entre as pessoas, as suas conexões internas e externas, a sua interatividade com a realidade, o tempo e a história, o seu compartilhamento de tudo o que é bom e faz bem à vida humana, à natureza criada e ao universo gerado, a cooperação mútua entre grupos e indivíduos que comungam das mesmas idéias e conhecimentos e participam dos mesmos interesses em jogo, a colaboração recíproca entre comunidades distantes e sociedades locais, regionais e globais, o intercâmbio de atividades conscientes e de exercícios reais e racionais, temporais e históricos.
A Realidade da experiência cotidiana nos oferece essa possibilidade de vida e essa alternativa de trabalho: ser mediadores entre o ser e o vazio, intérpretes das concordâncias ou não entre a essência e o nada, visualizadores das discórdias ou não entre a substância vivente e o vácuo sem alma.
Somos pois na vida intercessores junto a Deus, realizando e construindo o ser, o pensar e o existir, e ignorando e destruindo os antagonismos da existência, as antinomias da humanidade, as contradições da vida, as adversidades da realidade e as contrariedades da consciência, da experiência e da existência, identificados com a cultura do mal, da morte e da violência e com uma mentalidade que despreza a saúde das pessoas e o bem-estar pessoal e social.
Nessas relações de vida, que fazem a conexão entre o ser e o vazio, se acha a energia vital, a dinâmica do mundo, o movimento da natureza e o processo de vida móvel do universo.
Somos relações vivas.
Vivemos em situações intercambiantes.
Existimos a partir de interatividades que se completam e em função de compartilhamentos que se enriquecem e aperfeiçoam na ajuda de uns aos outros.
Somos operações interdependentes.
Tal verdade real nos afasta de uma vida sem sentido.
Então, o vazio foge de nós e o ser se enche de conteúdo humano e natural.
Até as pedras se integram dentro dessa realidade interativa.
Tornam-se pedras vivas.
Ajudam na construção do edifício do bem e da paz, o principal conteúdo do ser.
Somos essas pedras vivas, produzindo no seio das sociedades humanas a fraternidade universal e a solidariedade entre os povos.
É como se Deus viesse habitar no meio de nós.
Ele, o Ser sem vazio.

19. Do nada, pelo nada e para o nada

Cidadãos e cidadãs do mundo inteiro, adeptos e seguidores do Indeterminismo, sustentam que devemos viver no Império do Indefinível onde tudo é indeterminável, o vazio é a única realidade, o cotidiano é sumamente relativo, predominam a dúvida espiritual e a incerteza existencial, o ateísmo é sinônimo de individualismo, é construida a cultura do nada e a mentalidade baseada em valores transitórios e princípios instáveis e inconstantes, levando a crer que a vida é bastante descartável cujo sentido verdadeiro é praticar com sabedoria e bem cada instante vivido e fazer de cada momento experimentado uma oportunidade para gerar outras, novas e diferentes possibilidades de desconstrução das verdades absolutas e das certezas fundamentadas em raizes de estabilidade, o que na verdade os Indeterministas questionam afirmando que a única certeza é a dúvida e o absoluto não passa de circunstâncias de relatividade e situações niilistas, como querendo dizer que a vida é provisória e a eternidade são instantes provisórios que se sucedem. Assim gerar condições de verdade significa tomar consciência de que tudo é relativo, todos os pensamentos permitem a dúvida, e esta é o critério de busca e afirmação da verdade, se é que esta possa se constituir. Em outras palavras, nadamos do nada e para o nada, e pelo nada, navegando por um entendimento que considera o descartável como hoje a realidade essencial do cotidiano, feito de valorizações transitórias e teorias e experiências provisórias, um estilo de vida que aparentemente não tem sustentabilidade, mas cujo fundamento é justamente este: as bases de um conhecimento que se diz verdadeiro se identificam com o mundo vivido sob a dúvida, que faz da sua realidade uma instabilidade, vivendo o complexo das coisas indefiníveis e o fluxo dos seres indetermináveis, o que quer dizer que a nossa vida não tem sustento absoluto nem fontes estáveis e permanentes, todavia é alimentada constantemente pelas certezas duvidosas e relativas, pelas verdades instáveis e transitórias, enfim,o descartável é a sua lei, e o lado provisório da realidade da vida a sua raiz mais essencial, tal o panorama existencial vivido aqui e agora pelas sociedades humanas locais, regionais e globais. Vivemos e devemos nos sustentar sob o princípio da dúvida e da incerteza, e fazer dessa realidade o motor de nossa vida cotidiana, o que constitui esses dados como os fundamentos instáveis de nossa existência humana e natural. Estamos hoje debaixo de fontes inseguras, sem sustentabilidade, devido ao processo de globalização do Planeta, às atividades nômades dos homens e mulheres atuais, à permanente conjuntura de mudança por que passa o mundo moderno, e seus efeitos de transformação para melhor ou não, e suas normas de metamorfose ambulante, características que definem certamente o processo de civilização que é abraçado hoje em dia pelos humanos e terrestres entre nós. Portanto, hoje, o nosso mundo é o nada, sustentados pelo nada e cujo objetivo igualmente é o encontro com o nada. Mergulhados no vazio, vamos vivendo assim a nossa vida de cada dia e de toda noite. A Vida é o nada.

20. A Certeza de que nada está certo

Em um mundo globalizado como o nosso onde as mudanças são permanentes, as mobilidades constantes e o processo de geração de outras, novas e diferentes alternativas e possibilidades de vida e trabalho está sempre presente entre nós, assistimos hoje a insistência da cultura descartável, o transitório parece ocupar a vez de que é a instabilidade em forma de absoluto, o provisório tomou o lugar das coisas essenciais e dos seres substanciais instalando em nosso redor uma única certeza: a certeza de que nada está certo. Em nossas sociedades de ambientes conflitantes e de contextos sempre articulando o movimento das massas populares, de pessoas trabalhando talvez sem saber o porquê, tudo isso enfim revela-nos um estado de instabilidade e de insegurança espiritual e existencial, salvando-nos diante de todo esse caos material e turbulências sociais a nossa busca pela verdade do ser, do pensar e do existir, o desejo de acertar e se encontrar com a transparência ética de nossos comportamentos muitas vezes submetidos à confusão das consciências e à complicação de experiências que refletem como misturados estão ora nossos momentos cotidianos dentro de um campo social e ambiental em que impera o indeterminismo dos acontecimentos, a surpresa dos fatos e a novidade quase permanente das ocorrências que produzem o tempo da indefinição de uma história indeterminável. Nesse caminho de intempéries individuais e coletivas, sobrevive o desejo dos que percorrem a estrada das verdades relativas mostrando que o absoluto é o transitório, o pemanente é a indeterminação e a estabilidade não tem chão nem teto nem portas ou janelas cujos princípios são insustentáveis, em outras palavras, a insustentabilidade dos fenômenos da realidade cotidiana se seguram e se garantem na possibilidade de construção de um desejo pela verdade da consciência sempre em movimento para a ética das transparências e para um espiritualidade natural autêntica, o que nos demonstra que a natureza humana ainda que nas incertezas da confusão mental e emocional busca a sua liberdade, a sua felicidade eterna, a sua verdade do ser que constrói alguma coisa, do pensamento gerador de conhecimentos estáveis, de princípios e valores quem sabe necessários e absolutos, todavia tendo a certeza de que o que nos fundamenta é a instabilidade das coisas e a insustentabilidade dos seres e fenômenos que fazem o cotidiano real e atual. Estamos certos que a dúvida é o motor da história e a incerteza a chave geradora das verdades construidas segundo princípios absolutos e valores permanentes que porém podem balançar e sofrer a queda no abismo da existência cujo sustento deve ser o bem que fazemos e a paz que praticamos, no interior de um espaço e tempo físico e espiritual, psicológico e emocional, social e cultural. Perante esse universo de diversidades e adversidades em nosso entorno, de padrões que caem e de modelos qe não se sustentam mais, de um mundo de contrários, de diferenças e de singularidades, procuramos uma resposta para tantas interrogações, uma solução para vários problemas, uma definição quando o que reina é o indefinível e a dinâmica do indeterminável, o que exige de nós por causa de nossa natureza boa e consciência positiva o ordenamento das idéias e conhecimentos, a disciplina das ações e das atitudes e a organização de nossa vida real e cotidiana onde a família e o trabalho precisam da ordem interior, da paz ambiental e do bem que desconstrói a violência, e não se submete à agressividade de relacionamentos nem à incongruência das discordâncias da realidade nem às divergência de grupos e indivíduos que só estão interessados em uma cultura do mal e da morte e em uma mentalidade segundo a qual o mal é absoluto embora o contrário também exista, ou seja, o reconhecimento que o outro lado igualmente está presente, os instantes de uma consciência da bondade que dissemina momentos solidários entre as pessoas e comunidades e propaga a tranquilidade da alma e o repouso do espírito, a calma do corpo e a segurança da mente, a estabilidade de uma vida onde Deus reina e o Senhor dos senhores impera contra tudo e contra todos os que publicam a maldade e a confusão da inteligência. Sim, ainda que a instabilidade seja um fato do dia a dia e a insustentabilidade um fenômeno cotidiano deve prevalecer o desejo humano e natural de sempre buscar a ordem pessoal e social, o equilíbrio das consciências e o otimismo de quem faz a vida acontecer com a qualidade de conteúdo material e espiritual que ela merece possuir. Entre ordens e confusões, disciplinas e complicações, definições e indeterminismos, que vença o bem e a bondade dos comportamentos, a convergência das idéias e de ideais mesmo que diferentes e não contrários, e a concordância das relações sensatas e das interatividades compartilhadas com o bom-senso das coisas e o bom juizo das pessoas. Porque creio que naturalmente fomos feitos para a ordem e a tranquilidade mesmo que a realidade humana e cotidiana nos mostre e demonstre o contrário. A verdade da vida muitas vezes sobrevive ainda que a lógica dos fatos do tempo e da hisória afirme o contrário do que ela defende. A lógica talvez nesses instantes seja inimiga da verdade da realidade

21. O Império do Oculto.

Um outro mundo se abre para nós, novo porque supera os conceitos e ultrapassa as definições e diferente porque transcende as fronteiras do conhecimento e vai além das possibilidades do pensamento essencialmente ordenador do cotidiano, disciplinador das idéias e organizador de uma vida onde o saber das teorias e das práticas aparentemente exige a determinação dos problemas e a definição de atividades e ações, atitudes e comportamentos que talvez precisem da ordem da inteligência configuradora das tendências da racionalidade envolvida pelas turbulências de uma realidade muitasvezes violenta ou agressiva com os humanos e terrestres. Assim, como indeterministas, embora mergulhados na realidade do oculto que invade nossos corpos e mentes, consciências e experiências materiais e espirituais, ainda somos dependentes da estrutura mental natural e substancial que ordena os fatos temporais e organiza os acontecimentos históricos, quem sabe nos mostrando que devemos caminhar nesse processo dinâmico de opostos que interagem uns com os outros, compartilhando ideais e práticas nem sempre concordantes ou mesmo nem sempre convergentes, refletindo o nível de qualidade de conteúdo espiritual que assume cotidianamente o nosso ser pensante e cognoscente, ético e sentimental, convivendo pois com as diferenças de modelos que se contradizem, de paradigmas contrários mutuamente e de padrões de sustentabilidadee estabilidade que não conseguem sobreviver perante o fantasma de um universo desconhecido ou de um campo oculto carregado de tendências negativas e positivas e de oportunidades otimistas e pessimistas. Nesse instante crítico e dialético onde as realidades se contrapõem – o momento da ordem e da desordem interna e externa – então cabe a nós parceiros da estabilidade ou não e companheiros da sustentabilidade ou não optarmos pela estrada melhor de vida que nos segure na existência e nos garanta socialmente, na família e no trabalho, na rua e no dia a dia, o que definirá o nosso comportamento presente e futuro diante de duas necessidades mais do que aparentes que invadem e mergulham o nosso interior, a essência de uma consciência humana e cotidiana que precisa sobreviver quando à frente do caos real e atual provavelmente a verdadeira e profunda consolidação de uma realidade sujeita às duas vias de vida transparente: a realidade dos momentos de estabilidade ou de instabilidades das expeiências vividas, enraizando as práticas de sustentabilidade onde o fundamento às vezes não tem chão nem teto ou nem portas nem janelas, exigindo de nós uma postura autêntica em face de um contexto de inúmeras possibilidades e de ambientes que apelam para os dois lados da realidade humana e cotidiana: o instante do oculto onde os princípios parecem inexistentes ou a realidade das aparências do ser em que suas origens se mostram desconhecidas ou carentes de raizes sustentáveis. Eis pois perante o Império do Oculto de uma lado, e do outro o Reino dos conceitos definíveis e das aparências determináveis. Cabe a nós escolher o melhor caminho, a alternativa substancial, a razoável preferência pela ordem interior ou a desordem interna com efeitos cotidianos possivelmente a garantia de uma vida alternativa quem sabe mais essencial do que a realidade da disciplina mental e da organização das expriências vividas. A Opção é nossa.

22. O Reino do Desconhecido

Por trás do silêncio das palavras, no fundo do vazio do oceano da etenidade e na essência do nada da realidade da vida e da existência real e atual e cotidiana, eis que se esconde Alguém Superior, quem sabe o Fundamento de todos os fundamentos e o Princípio da Vida, Raiz original de todas as coisas e todos os seres, fonte do amor e do sexo, base do edifício da realidade que se transforma sempre para melhor tendo em vista o Projeto do Criador, Autor da Vida, otimista em relação ao tempo e à história, e positivo quando o tema e o assunto é animar a humanidade e nela realizar mudanças, movimentos e metamorfoses que têm a função específica de oferecer qualidade de conteúdo de vida às suas diversas comunidades e sociedades, interligadas nos âmbitos políticos e sociais, culturais e econômicos, interagindo entre si e compartilhando relacionamentos e atitudes, constituindo assim entre nós o processo de globalização do Planeta Terra, aqui e agora, e além na eternidade da vida, que ruma ao absoluto contudo permanece em sua relatividade comportamental, refletindo para nós a jornada eterna da vida que caminha sempre para a sua perfeição ainda que em sua dinâmica de estrada feita de trabalhos e esforços, empenhos e atividades, continue imperfeita, gerando então sua mobilidade constante em direção ao infinito, uma via de possibilidades sempre aberta, renovável e libertadora, já que tem a tendência a sempre crescer em plenitude, evoluir na consciência e na liberdade, e progredir construindo felicidade em seu entorno. Tudo isso na verdade é proporcionado pela realidade do Oculto e seu campo desconhecido de fenômenos físicos e mentais, materiais e espirituais, constituidores da vida na natureza e no universo temporal e eterno. Obsevamos que o Fundamento Sustentável de toda essa vida que se cria, se faz e se movimenta cotidianamente tem sua origem no Desconhecível, que ultrapassa a nossa imaginação, e do Ocultável, que transcende a nossa essência observadora e vai além dos limites da natureza humana e universal, psicológica e ideológica, e acima está das fronteiras do tempo e das definições conceituais e das deteminações reais e imaginárias. Pois bem. Assistimos deste modo a Sustentabilidade do Planeta Eterno e Temporal cuja estabilidade se identifica com a sua permanência no transitório e na construção afirmativa de seus princípios e valores, orientadores da vida e da realidade de todos e cada um. De fato, quem nos garante existencialmente é o vazio espiritual e que nos segura a partir do nada do corpo, da alma e do espírito. Não é o absurdo tudo isso. Todavia a constatação de que Deus é o Vazio que se revela no nada de uma consciência espiritual fecunda em conteúdos de saber, poder e fazer, ser e ter, profunda em suas experiências de dentro e de fora, e funda como os mares da vida, que buscam enfim o oceano eterno, sua tranquilidade repousante e sua calma descansante. Nele, a paz das consciências e o bem dos espíritos.

23. No fundo do Absoluto

Nesse universo de possibilidades que é a realidade absoluta a vida humana e natural se encontra escondida, velada sob a luz da verdade fecunda, obscurecida pelo farol luminoso da transparência descoberta, sujeita à infinitude como contexto do eterno, templo da novidade permanente, que ora e outra vem à vida desvelada pelo pensamento descobridor de outras, novas e diferentes realidades, cada qual superando-se a si mesma, ultrapassando limites e obstáculos, transcendendo as fronteiras da racionalidade e mergulhando no fundo mais fundo do abismo vazio, fonte de águas vivas profundas, moradia de eternos oceanos, sustento da consciência envolta pela indefinição dos fatos e os indeterminismos do cotidiano, refletindo assim a ocorrência que diz: somos templos do Absoluto, garantidos por sua vida inefável de fontes inesgotáveis, de onde surgem o nada que cria e o vazio que transforma para melhor os ambientes do tempo histórico em que os humanos e terrestres buscam qualidade de vida superior, riqueza de conteúdo espiritual e excelência de virtudes éticas, psicológicas e ideológicas. Nesse movimento para o Absoluto, somos fundamentados por sua essência positiva cuja metamorfose possibilita saúde e vida para todos. Como se observa, é o Absoluto a raiz das mudanças temporais e o sustento dos movimentos históricos. Na realidade transcendente, o Absoluto reina e seu império tem o clima do indefinível e o contexto do indeterminável.

24. O Pensamento Eterno

Já dizia Descartes na Idade Moderna que o Pensamento existe e sua realidade vai além de suas próprias margens quando mergulha no oceano da eternidade e se faz eterno como de fato é. Seu universo é fecundo, de muitas possibilidades, de novidades que se abrem, de aberturas que se libertam, de liberdades que constituem a felicidade de cada ser pensante, criatura de Alguém Superior, o Pensamento do pensamento, fundo como a essência dos mares e substancial como a profundeza dos rios, o que o transforma em gerador de vida e felicidade para todos e cada um. De sua fecundidade nasce a existência e se faz o ser e a realidade interna da consciência e a prática exterior do contexto cotidiano das sociedades humanas de ontem, de hoje e de sempre, refletindo assim para nós o sentido de estarmos aqui neste mundo e além, o significado fundamental que constitui a nossa interioridade, base de valores primordiais e fonte de princípios vitais, orientadores de nossa realidade cotidiana. No Pensamento que cria o conhecimento, produz a ética e constitui a espiritualidade, eis a razão de nossass existências para o bem e a paz, ainda que cercado pelas tendências negativas da natureza e suas alternativas pessimistas de um universo turbulento rasgado por discórdias e violências e transtornado por divegências, distúrbios e as contradições da agressividade. Apesar dos contrários, o Pensamento é vida e a vida se faz o pensamento criador de bem-estar para a coletividade, bem-comum para as sociedades e saúde para as pessoas em seu convívio do dia a dia. Nesse processo pensante da realidade que cria e é criada, o mundo sobrevive diante de suas adversidades, propagando a pluralidade de conteúdos culturais, a diversidade de matérias ricas em qualidade de vida e trabalho, e a variedade de identidades e diferenças definidores das consciências e determinadores de suas atitudes perante os ambientes internos e externos. Com efeito, a vida é pensamento, e é ele quem produz a história, garante o progresso dos povos e o desenvolvimento sustentável das nações do globo inteiro.
Muitas vezs indefnido, o pensamento segue ordenando as coisas e organizando a vida de cada dia e de toda noite, disciplinando o indeterminável mesmo que este em outras horas seja o senhor do tempo e o deus de quase todos os momentos. Sim, o Pensamento é indefinível. Suas possibilidades são ndetermináveis.

25. A Fecundidade da Consciência

O Mistério que envolve o fundo da nossa consciência humana e natural nos mostra que sua identidade é a fecundidade de fenômenos mentais e da experiência cotidiana, constituidores de sua realidade interna essencial, de onde se descobrem valores de vida e princípios de existência, capazes de nos demonstrar que a sua substância primeira é a eternidade, raiz de sua manifestação moral e espiritual, fonte de suas aparências físicas, emocinais e psicológicas, base de seu sustento como centro das operações humanas, de suas atividades na sociedade em qu se insere, de seus reflexos na vida e existência de cada um de nós quando seguindo a lei da natureza optamos pelo bem e rejeitamos o mal. Com efeito, ela é fecunda porque seu fundamento é o Absoluto, o Ser Necessário, Imortal e Transcendente, o Pensamento Eterno, a Existência Infinita, sustentáculo de suas indagações e reflexos no cotidiano da nossa vida. Sim, por trás da consciência, enraizando seus reflexos e fundamentando seus manifestos, está de fato a realidade eterna, a viabilidade de Alguém Superior ou Ente Supremo, Deus e Senhor da Vida, razão de sua existência e sentido de seu manifestar-se na vida humana e da natureza de todos os dias, noites e madrugadas. De fato, o fundamento da consciência é o mundo da fertilidade de conteúdos essenciais, que definem seu eterno oceano de possibilidades e determinam sua gigantesca capacidade e potencialidade de alternativas novas e diferentes, que fazem a vida acontecer, o tempo mudar e a história dos acontecimentos se movimentar metamorfosicamente em direção à saude do Planeta Eterno e Temporal, ao bem-estar de suas sociedades, ao bem-comum de suas gentes e populações e ao bem-viver das pessoas, grupos e indivíduos locais, regionais e globais que constituem a humanidade. Outrossim, a consciência não só é fértil, mas a condição para que a fecundade eterna e absoluta se manifeste na natureza, na criação e no universo, ordenando o indefinido, disciplinando o desordenado e organizando as indeterminações da realidade de todas horas, minutos e segundos.

26. No abismo do Amor

Não se pode entender o Mistério. No fundo da consciência humana e natural, como dissemos, sobrevive o Mistério da Eternidade. Por isso, ela é rica em conteúdo espiritual, fecunda como o útero de uma mulher amada, fértil como as fêmeas da natureza criada, profunda como os oceanos do Espírito Eterno, essencial porque nela se revela o Amor de Deus e seu abismo de virtudes, otimismos e positividades, de geração de equilíbrio e bom-senso junto às suas criaturas, provando então que nesse abismo de mistérios profundos do Amor Humano e Divino se encontram águas vivas de conhecimentos inefáveis e de pensamentos inesgotáveis, o que significa dizer que o fundamento de tudo isso é uma situação indefiível ou circunstãncias indetermináveis, que chamamos de Espírito de Deus. Sustentando esse mistério de amor e tal abismo de vida em abundância, está Alguém Superior ou Espírito Supremo, acima de tudo e de todos, causa das aparências da realidade cotidiana, raiz da substância temporal e histórica, base da liberdade e fonte da verdadeira felicidade de onde todos e cada um se aproveitam usufruindo de seus créditos, favores e benefícos insondáveis e inexplicáveis, justamente porque o Essencial não pode ser visto pelos olhos, e o sentido da vida e a razão da existência só são compreensíveis a partir do entendimento de que aquém e além da consciência está o Oculto, o Absoluto mistério do Amor de Deus, Abismo de virtudes éticas e espirituais, moradia de uma vida de qualidade de conteúdo material, físico e mental, moral e espiritual. Nesse Absoluto, Oculto às aparências da realidade humana, natural e cotidiana, se concentra o Mistério da Consciência e o Abismo da Eternidade. Sim, na verdade somos oceanos. Oceanos eternos.

27. A Profundidade do Espírito

O Espírito humano, natural e divino, em sua essência, carrega a profundidade de uma realidade onde os fenômenos se identificam com os valores estáveis e consistentes de uma existência bem ordenada, disciplinada e organizada, e princípios necessários, eternos e absolutos de uma vivência estabilizada pelo trabalho diário e noturno e consolidada com o tempo, nela reinando normas sociais, psicológicas e espirituais permanentes e igualmente raizes do ser, pensar e existir bastante constantes, refletindo a capacidade do Espírito de definir o indefinível e determinar o indetrminável, tornando o provisório e o transitório aspectos duradouros de uma substância real e atual cotidiana em que imperam uma natureza firme e forte, sustentável existencial e espiritualmente, cujas fontes são a consciência transcendental, imannte e transcendente, que busca sempre a sua liberdade no dia a dia, base de sua verdadeira felicidade. Organizando a confusão do corpo, da mente e do espírito, ordenando suas turbulências e disciplinando suas aparências inclinadas para a violência, assim o Espírto ou a Consciência controla a sua natureza, domina-se a si mesmo, evoluindo na construção positiva de sua saúde espiritual, bem-estar social e familiar, e bem-comum de suas sociedade humanas locais, regionais e globais. Suas profundezas coincidem com o seu desejo pelo eterno, sua ânsia pelo absoluto, sua aspiração por qualidade de vida, riqueza de conteúdo material e espiritual, e excelência de virtudes éticas onde devem se concentrar as transparências comportamentais, a verdade cognitiva e a autenticidade de atitudes em que as experiências globalizantes e nômades invocam o contínuo movimento da corporeidade, o dinamismo da alma e a mobilidade de sua mente fecunda, sempre em busca da reflexão da sua luz interior, da desvelação do seu bem e bondade, concórdia de pensamentos e convergência de ações, da dsconstrução da agressividade e da geração do bem e da paz, da fraternidade mútua e da solidariedade recíproca. Deste modo, construimos a profundidade dos seres espirituais cuja consciência é sempre aberta a outras, novas e diferentes possibilidades, renovada interna e externamente, e permanentemente liberta de preconceitos morais e religiosos e de superstições mágicas e tabus imaginários, reveladores da patologia do espírito, da enfermidade de uma consciência prisioneira de si mesma, autodependente e escrava de suas aparentes limitações temporais e fronteiras históricas. Nesse univeso de altenativas fundas, se constrói o campo de descobertas e de novidades do espírito ou da consciência sempre à procura do desenvolvimento sustentável de suas diretrizes de vida e existência social nestemundo em que vivemos, e para além na eternidade.

28. Sem padrões ou modelos, referências ou paradigmas

No Reino do Indefinível, não há lugar para beiras ou margens, pois tudo é infinito e portanto todo ponto neste universo de indeterminações pode ser centro do Planeta Eterno. Nele, é impossível os conceitos ou definições, não há oportunidade para modelos nem se aceita padrões de vida, as referências não existem e os paradigmas são inúteis, já que nesse Império do Indeterminável tudo é inseguro e instável, inconsistente e inconstante, não há espaço para rochas firmes e fortes porque nesse tempo de infinitudes e lugar da atemporalidade o mundo é descartável, tudo é passageiro e transitório, não há valores permanentes nem princípios que tenham a garantia da estabilidade, visto que o contexto não tem leis nem normas sociais ou interpessoais, todavia quem dá as ordens é Alguém Superior, Consciência Suprema e Espírito maior e melhor, Senhor do impensável e do incognoscível, tempo de misturas relativas, de atitudes niilistas, de ações céticas e atividades individualistas, o que significa dizr que a possibilidade de grupos ou coletividades é uma incógnita pois não há regras que definam comportamentos nem ordens que assumam o controle da vida aparente, sem chances para a criação de estabilidades sustentáveis e de sustentabilidades estáveis, um campo de existência onde se concentram as dúvidas vivenciais e as experiências sem certeza absoluta, porém onde insistem as possibilidades surpreendentes, as novidades sem querer e as descobertas sem chão nem teto, sem portas ou janelas. É o mundo do impossível pois tudo é misturável, complicável e confuso, mas talvez o melhor remédio para as doenças da ordem e da disciplina, a cura correta da organização preconceituosa e supersticiosa, fazendo imperar então a mistura indefinível e as coisas que se confundem indeteminadamente. Nesse universo de surpresas, novidades e descobertas inconstantes, vive o “Ápeiron”, que segundo os gregos antigos, é o Deus dos deuses da eternidade, o Senhor dos tempos impossíveis e dos lugares sem regras ou normas de conduta. Aqui e agora, a liberdade é operar a confusão física e mental, material e espiritual, pois a tendência é o Oculto, a possibilidade é o abismo sem definições e onde as opotunidades se identificam com os interesses de quem faz de suas práticas o templo das experiências infinitas, um univeso sem conceitos ou representações mentais cuja consciência é o indefinível e cujo espírito é o indeterminável. Eis a República dos impossíveis, a casa dos impensáveis e inefáveis pensamentos eternos, a moradia dos seres inesgotáveis cujos desejos superam as coisas cognoscentes e ultrapassam as definições existenciais e transcendem as fronteiras até do ilimitável, sem limites que ordenem nossas buscas por estabilidades, princípios de vida e valores da realidade cotidiana e humana. Nele, vivem os entes aparntemente impossíveis pois é um mundo sem certezas ou regras, de dúvidas de uma instabilidade vivente e experiente, o mundo das eternas essências, substâncias que dão sentido às aparências externas e significdo às profundezas do espírito e da consciência infinita. Então, eis o “Ápeiron”.

29. Quando as possibilidades são eternas

Parece que no Império do Indeterminável as tendências de construção do pensamento e seus conhecimentos reais ou imaginários e seu discernimento psicológico, espiritual e ideológico, são inumeráveis, sem limites definidos ou sem fronteiras determinadas, e suas possibilidades de geração de outros, novos e diferentes conteúdos de relacionamento e comportamento vão ao infinito, e suas altenativas de trabalho e empreendimento chegam à eternidade de produções culturais e sociais, políticas e econômicas, artísticas e filosóficas, científicas e tecnológicas, morais e religiosas, temporais e históricas, éticas e espirituais, infinitas e eternas. Assim, nesse jogo aberto de possibilidades, em tal processo de opções indefiníveis e na dinâmica das variadas vias produtivas de matérias de consciência sempre positiva e de liberdade permanentemente otimista, está a felicidade humana e das criaturas de Deus, o sentido da natureza e sua hierarquia de valores e a razão do universo e seu campo de princípios diversos e advesos, diferentes e contrários. Nessa mistura de elementos reais, linguísticos e imaginários, eis a vida cotidiana e sua realidade descartável, seu movimento de transitoriedades e seu mundo móvel carregado de materiais provisórios, tendo em vista que o “Ápeiron” – o Senhor dos tempos eternos e Deus das realidades infinitas, é o responsável direto por toda essa mobilidade da vida que se constrói, de onde Ele afasta a violência de grupos e indivíduos e sua agressividade física e mental, a fim de produzir a saúde social, familiar e coletiva, o bem-estar das pessoas e comunidades e o bem-comum das sociedades integrantes da conjuntura de uma humanidade que está não só no tempo mas igualmente além na eternidade. Como se vê esse quadro alternativo de possibilidades é sempre aberto, liberto dos preconceitos sem razão e das superstições sem inteligência, para assim renovar a vida de cada dia, noite e madrugada, construindo então um mundo aberto para todas as iniciativas que visam a sua saúde planetária e seu bem viver eterno. Graças ao “Ápeiron”, a Providência Divina, estamos vivos, e podemos progredir infinitamente, desenvolvendo eternamente a nossa consciência evolutiva e a nossa crescente liberdade de escolhas, feitas com respeito mútuo e responsabilidade recíproca, fontes da verdadeira felicidade.

30. A Novidade Permanente

É maravilhoso saber e reconhecer que há vida na eternidade do Oculto e no infinito do Absoluto e que essa experiência de alma e de espírito nos faz descobrir constantemente coisas novas e seres surpreendentes, crescendo em sabedoria espiritual, fazendo evoluir a nossa consciência e seus fenômenos mentais, tornando o nosso ser, pensar e existir, desvelados e desveladores de um mundo aparentemente indeterminado e de um universo talvez indefinido, mas que são o fundamento da ordem temporal, o princípio da disciplina social humana e a origem de toda a organização do conhecimento adquirido até aqui e agora, o que possibilita o desenvolvimento de nossa criatividade, talentos e carismas, vocações e profissões, agora a serviço, finalmente, do “Apeíron”, a Providência Divina, construtor de um campo de alternativas e oportunidades que geram um grande manancial de cultura espiritual, transformando-nos em gigantes eternos e pessoas grandes, pois trabalhamos para Aquele que é o Fundamento de todos os fundamentos, onde o Silêncio grita mais alto que as palavras, o Vazio vocifera acima das montanhas e no fundo dos oceanos, e o Nada vale mais do que tudo e todos. O que importa é compreender que o Indefinível determina o que existe, condiciona a vida de todos e é o responsável pela existência de cada um. Somos partes desse universo imenso de possibilidades. Somos mesmo apenas uma possibilidade. Uma alternativa de vida. Uma oportunidade de existência, ser e pensamento. E assim vão se formando e informando, se constituindo as novidades das consciências, as surpresas dos espíritos e as descobertas das almas, tudo fruto do beneplácito do “Ápeíron” que nos enriquece com suas graças e dons, talentos e carismas, que nos faz belos para Deus e ricos para o Senhor. Nesse campo de possibilidades diversas, eis o segredo da vida e o sentido da criação. Sim, somos uma mera possibilidade.

31. As Descobertas são constantes

Nesse universo fecundo de possibilidades variadas e de tendências ao infinito dos conhecimentos adquiridos, a grande descoberta não é só a compreensão de que nós somos uma consciência eterna, aberta e profunda, carregada de repertórios culturais e de pensamento fundos,
todavia igualmente a de que conquistamos a nossa liberdade de ir e vir, de agir e sentir, de pensar e existir, além da constituição permanente de outras novidades, novas surpresas e diferentes descobertas, o que reflete como os fenômenos conscientes ou não, em forma de símbolos e imagens, idéias e ideais, valores e princípios, sons e palavras, se articulam para interferir em nossa existência cotidiana, sempre provocando a nossa saúde física e mental, e o nosso bem-estar social, ético e espiritual, definindo o nosso lado indefinível de ser, intervindo positivamente em nossa família, rua e trabalho de toda hora, minuto e segundo, de onde tiramos o que é bom para nós e o que nos faz bem social e culturalmente. Sendo assim, desvela-se então para nós um outro jeito de viver e se comportar em sociedade, uma nova maneira de conviver com as outras pessoas e um diferente modo de se colocar diante do Planeta e da conjuntura da humanidade, determinando pois as nossas indetermináveis realizações no convívio humano e natural, em que intervimos para desenvolver sustentavelmente o nosso mundo interior, o nosso campo de relações interativas e compartilhando entre si experiências de vida saudável e agradável, alegre e otimista, sensata e equilibrada. Sim, a história caminha favorecendo os humanos e terrestres. O Tempo é positivo. E o fundamento de toda essa riqueza de conteúdos materiais e culturais, de toda a beleza da consciência em busca da sua liberdade, base da verdadeira felicidade, e de toda a grandeza de nosso saber, fazer e poder, ser e ter, é de fato como sabemos o “Ápeiron”, a Providência Divina, fonte inesgotável de nossa excelência de virtudes morais e espirituais. Com efeito, nos descobrimos a nós mesmos.

32. Nas profundezas da Alma

Quando mergulhamos nas águas profundas do oceano do espírito, então sumimos dentro de sua realidade interior, desaparecemos e nos tornamos agora também parte desse mesmo oceano de águas fundas, de mares fecundos e de rios sem fim. Ocorre assim em nós uma tremenda metamorfose essencial pois mudamos de seres aparentes para entes substanciais misturados às profundezas da nossa alma, no interior da imensidão das águas espirituais, águas vivas que transbordam o amor de Deus e nos transformam em entidades evaporadas na gigantesca tsunâmi da consciência eterna. Desde agora, mudamos e nos vemos oceano, mergulhados e afogados nas águas vivas do espírito humano, divino e natural, fonte de ordem interior, base da disciplina física e mental, raiz da organização de nossa inteligência e experiência cotidiana. Eis o território do vácuo, o terreno do vazio espiritual, o lugar do nada pelo nada e para o nada, princípio da indeterminação e origem do universo do indefinível, sustentáculo das aparências do mundo da natureza e do universo globais. Estamos sim em um campo de inúmeras possibilidades, construtor de outras, novas e diferentes alternativas de vida e trabalho, de onde tudo acontece e todos se fazem membros do Oculto e decorrências do Absoluto. Eis o contexto vivo das coisas indefiníveis e dos seres indetermináveis. Um mundo de imensas viabilidades. Um mundo eterno.

33. Aquém e além das palavras e dos conceitos

Na realidade eterna do Indefinível, vive-se uma situação que não se determina pois está aquém e além das aparências do cotidiano, supera as conceituações das representações mentais, ultrapassa as fronteiras da psicologia humana e os limites das teorias e das ideologias, e transcende igualmente as margens da vida, constituindo-se circunstâncias indetermináveis onde nada é inteligível ou racionalizável já que se experimenta um mundo de infinitas dimensões, de eternas possibilidades de encontro com novidades que estão acima e abaixo da cabeça das pessoas, um universo de alternativas em que as diferenças não existem, os detalhes reais não importam, a diversidade não possui definições e a pluralidade dos seres e das coisas não cabe nas fronteiras da consciência, pois esta faz parte de um oceamo de ambientes extensos e de infinitudes cujos contextos têm vida em abundância. Esta é a realidade do “Ápeiron”, a Providência Divina. Nela, se acham as vidas de grupos, indivíduos e comunidades, e se encontram as sociedades políticas e culturais, os segredos da natureza e as chaves da felicidade de um campo eterno de viabilidades. Eis o mundo de Deus. Da Consciência ou Espírito Eterno.

34. Por trás do Silêncio

Então, descobri em mim e para além do meu ego que a vida é o grito forte das madrugadas escuras sonhando com um amanhecer cheio de luz, ou o mistério da noite fecunda e brilhante iluminada pelas estrelas espalhadas e distribuidas pelo firmamento do céu, ou ainda o perfume secreto das cinzas dos cemitérios apelando para a emergência da vida em plenitude, ou também a música funda e essencial capaz de descobrir os talentos da nossa juventude espiritual e fazer-nos mergulhar nas raizes profundas do infinito sempre aberto a diferentes possibilidades, ou quem sabe o segredo misterioso da eternidade desejosa de desvelar-se no tempo de obscuridades onde os túneis da existência percorrem as trevas dos vazios para na saída se encontrarem com o sol de verão carioca, ou igualmente o farol do meio do oceano a conduzir os viajantes da vida e os caminheiros do cotidiano rumo a estradas mais ricas e perfeitas onde a saúde é estável e de qualidade e seu bem-estar não ignora os intercâmbios culturais nem as interatividades sociais e políticas compartilhadas uns com os outros no convívio humano e natural das sociedades que evoluem na história da humanidade, ou talvez o suspiro pelo Desconhecido, o desejo pelo Absoluto e o anseio pelo Oculto, razão de nossas vidas e sentido de nossas realidades existenciais, sociais e espirituais. Sim, o silêncio é o reflexo do vazio e o manifesto do nada. Daí a sua fecundidade pois bebe nas fontes inesgotáveis do Espírito Superior ou Consciência Suprema, Alguém que fundamenta as nossas dúvidas e incertezas, origina nossas perguntas e respostas, produz as nossas interrogações permanentes e nos questiona crítica e dialeticamente a fim de que escolhamos o bem e a bondade e optemos pela convergência de pontos de vista e pela concordância de comportamentos onde as virtudes revelam uma boa consciência de princípios consistentes e de valores sustentáveis. Eis a vida em abundância que se descobre para nós para que sejamos verdadeiramente livres e felizes.

35. Na essência dos Oceanos

Já sabemos que o fundo de nossas consciências humanas e naturais é um gigantesco universo de oceanos espirituais que tendem ao infinito, o que faz com que nossa subjetividade seja eterna em suas possibilidades de construção de conteúdos ricos em qualidade de vida e em excelência de materiais de produtividade de onde se abstraem a saúde social e cultural, espiritual e ambiental de todas as populações do Planeta eterno e temporal, transformando nossas realidades cotidianas em pontes para o Indefinível, fonte de seu bem-estar físico e mental, e razão de sua existência direita e de respeito e raiz de seus fundamentos materiais e espirituais sustentados com o tempo, estabelecidos com o decorrer da história e consolidados com a sabedoria de experiências em que os princípios vitais e os valores estáveis da consciência fundamental determinam sua evolução cotidiana, o progresso de seu repertório cultural, fazendo avançar a natureza humana para um mundo superador das fronteiras psicológicas da mente e ultrapassador das fronteiras ideológicas de uma inteligência ordenadora do caos a sua volta, disciplinadora do seu interior e organizadora das matérias que envolvem seu convívio político e econômico, social e cultural com os povos e gentes da sociedade a que pertence. Desta maneira, crescemos socialmente e nos desenvolvemos espiritualmente. Evoluimos para a liberdade onde as alternativas que fazemos tendem a possibilitar a nossa felicidade neste mundo e além. Fomos feitos para a liberdade.

36. Alguém Superior

O grande fato real e sempre atual que deve ser considerado é que o Gerente Eterno da possibilidade do Indefinível, fonte de conteúdos ricos em conhecimento, ética e espiritualidade, é o ‘Ápeiron’, a Providência Divina, Alguém Superior, base de sustentação do cotidiano da nossa vida, raiz do universo indeterminável, garantia de vida em plenitude para todas as suas criaturas, e que lhes dá segurança e tranquilidade para agirem visando sua saúde individual e bem-estar coletivo, interferindo na realidade a fim de fazer desabrochar seu Projeto de vida em abundância para toda a humanidade temporal e eterna. Assim se constitui o mundo do Oculto e o campo de viabilidades do Absoluto cujas tendências positivas refletem o otimismo que representa a história da eternidade dos espíritos e consciências, que buscam constantemente o Desconhecido, a Novidade permanente, a surpreendente alternativa de poder sempre mergulhar no oceano da alma que supera os limites da natureza humana e ultrapassa as fronteiras da psicologia e da biologia, e transcende outrossim as capacidades e potencialidades dos seres viventes, pensantes e cognoscentes cujos sentimentos se aprofundam no além indo acima das definições históricas, e perscrutando as profundezas do Pensamento Eterno. Nesse processo de fecundidades que se descobrem está a vida que procuramos, nossos anseios de liberdade e nossas aspirações por felicidade completa. Deus é bom e só nos faz bem e o bem.

37. O Vazio Substancial

Quando mergulhamos no vazio do espírito um outro universo de possibilidades se abre para nós, novo e diferente, de onde brotam as fontes do bem e da bondade de nossas ações individuais e coletivas, base de sustentação de nossa ética e espiritualidade, raiz de nosso bem-estar social e bem-viver em grupos e comunidades, ou seja, no vazio espiritual o fundamento de nosso cotidiano positivo, de onde se tiram atividades ligadas à interatividade de pessoas que constroem boas virtudes em sociedade a partir de uma consciência saudável e equilibrada, controladora das boas disposições da alma em busca de sua felicidade. Nesse processo esvaziante da realidade se gera a liberdade, disponível para os que agem sem preconceitos morais ou superstições religiosas, principiando uma vida de saúde mental e física que nos dá como alternativa viável uma experiência de otimismo e sensatez, razões de uma existência de bem com a vida e em paz com a consciência. Como se observa, o mundo do vazio define as situações do dia a dia e determina as circunstâncias da realidade vividas por todos e cada um de nós. Deste modo, progredimos conscientemente, evoluimos na construção de nossa liberdade rumo à felicidade completa. No vazio, Deus desenvolve os fundamentos da realidade. No vazio, a realidade indefinível e a origem de tudo o que é bom e nos faz bem cotidianamente. Deus habita o vazio.

38. O Mistério sem beiras ou margens

Na verdade, ao mergulharmos no Mistério do Eterno, nas profundezas do Oculto e nas fecundidades do Absoluto, parece que nos perdemos em seus oceanos de possibilidades, desaparecemos em suas águas profundas e começamos a fazer parte de seu universo novo e diferente onde o cotidiano é a surpresa do Infinito. Então nadamos nesse mundo gigantesco em que não há medidas, nem letras ou números, apenas conteúdos ricos em saúde física e mental e bem-estar material e espiritual, como que evaporando dentro de sua consciência infinita onde as tendências do bem e da bondade são a realidade cotidiana do Absoluto. Sim, sumidos nesses mares de águas puras e cristalinas, sem limites nem fronteiras, nos constituimos ora em moradias das eternas realidades transcendentes, templos do Eterno, casas das infinitudes de além e aquém. Aqui, não há mais definições e os determinismos estão ausentes. Só existe o campo do Desconhecido a ser descoberto por todos nós. Cá, tudo é novo e surpreendente. Nossas descobetas são constantes. É o Reino do Indefinível. O Império do Indeterminável.

39. Sem valores nem regras, sem princípios nem normas

Os caracteres que afirmam a força do universo indefinido e seus efeitos indetermináveis positivos na realidade cotidiana nos dizem que estamos acima dos conceitos das palavras e além ou aquém de regras ou fenômenos da consciência que regulamentam nossas atividades e atitudes do dia a dia. Tal a nossa verdadeira liberdade, a qual consiste em superar os determinismos da razão e os valores de uma inteligência regulamentadora da nossa vida diária e noturna, o que nos faz optar por uma realidade de vida onde não nos sujeitamos aos contrários de uma liberdade feliz, nova e diferente, em que vivemos ultrapassando os limites da racionalidade e as fronteiras psicológicas e ideológicas de uma mente fechada, prisioneira de suas definições e escrava de seus princípios enganosos, alienadores da vida de cada dia e de toda noite. De fato, somos livres, e devemos abraçar a nossa liberdade de ir e vir, de escolher e optar, e procurar as melhores alternativas de felicidade, coincidentes com o nosso bem-estar social e saúde física e mental, quando então construimos a liberdade que vai além dos preconceitos e acima das superstições morais e religiosas. Deste modo, geramos uma realidade viva onde não nos tornamos sujeitos de outros, seus objetos de manipulação, explorados para servir aos monopólios alheios, controladores da nossa mente e dominadores de nossas iniciativas de vida e felicidade. Em nome dessa liberdade, superamos as definições, transcendemos limites e fronteiras, e ultrapassamos os determinismos de um cotidiano ainda escravizado pelas ideologias e teorias monopolistas que anseiam por controlar a nossa vida cotidiana. Estamos sim então livres para crescer, desenvolver a nossa criatividade, evoluir produzindo alternativas de vida geradoras de nossa felicidade temporal e eterna. Nesse processo, eis a nossa verdadeira liberdade, que consiste em louvar o Absoluto por suas maravilhas, favores e benefícios entre nós. Nesse louvor ao Oculto, a nossa liberdade. Nessa liberdade, a nossa felicidade.

40. O Espírito Eterno ou
a Consciência Eterna

Uma outra, nova e diferente interpretação da realidade transcendente – segundo especialistas modernos – nos diz que o Espírito é a Consciência, e são eternos na sua constituição e finalidade, temporalidade e historicidade, fazendo-nos compreender a profundidade do conteúdo dos fenômenos espirituais cuja reflexão e entendimento são possibilitados pela atividade permanente de nossa racionalidade, inteligência que descobre e redescobre os ambientes do espírito humano, divino e natural. Tal compreensão desse mundo espiritual cuja essência real e atual é o indefinível e o universo dos seres e das coisas indetermináveis nos leva ao “Ápeíron”, a Providência Superior e Suprema, Princípio da vida e da existência, Origem da Criação, da Natureza e do Universo, Raiz das situações eternas onde as pessoas e criaturas convivem umas com as outras desenvolvendo seus trabalhos e ações, construindo a substância de realidades que nos ultrapassam, superam nossos limites psicológicos e fronteiras ideológicas, e transcendem nossos espaços e tempos definidos pelo clima cotidiano de nossas sociedades humanas e seus efeitos, políticos e culturais, sociais e econômicos. Assim, a Consciência ou o Espírito Eterno é o responsável direto e indireto pela produção dessa fenomenologia espiritual em que se evolui sempre para uma razão esclarecida, luminosa e lúcida, produto final dessa intencionalidade boa realizada pelo “Apeíron”, que deste modo torna possível o progresso continuado de grupos e indivíduos, e comunidades locais, regionais e globais, dependentes naturalmente das operações ativas dessa Providência Divina, interventora da história humana e do tempo natural e eterno, e que determina positivamente os destinos da humanidade. Tal Consciência ou Espírito Eterno condiciona a vida e suas conseqüências culturais e sua mentalidade em favor do bem e da paz, sem violência ou agressividade, e que ignora as turbulências da experiência cotidiana, rejeita os distúrbios imaginários da mente humana e exclui de seu campo de atuação os transtornos físicos e materiais das populações integrantes de seu sistema de vida e estrutura de amor operantes na realidade de todos os dias, noites e madrugadas. Eis o trabalho do “Ápeíron” que assim tranqüiliza as almas e os espíritos, acalma a vida interior e externa, faz repousar as criaturas e descansar as pessoas de bem e de paz, e que tornam a bondade o critério das virtudes espirituais com a qual vivem e convivem a concordância das ações interpessoais e a convergências das atividades interativas compartilhadas através de conteúdos de qualidade sustentável, da riqueza de materiais estabilizados com o tempo e da excelência de programas de comportamento identificados com a saúde e o bem-estar de todos e cada um. Desta maneira, se manifesta o ‘Ápeiron”.

41. Sem limites nem fronteiras

Eis o mundo de Alguém Superior, o oceano do indefinível, aberto totalmente, renovado interiormente e liberto dos limites do tempo e das fronteiras da história, onde se mergulha em um universo de gigantescas possibilidades, de alternativas sem fim e de oportunidades de crescimento interno e externo que superam as definições da racionalidade e os determinismos da inteligência, um imenso campo de atividades e atitudes que ultrapassam a capacidade da imaginação e as potencialidades da mente humana e natural, fazendo-nos nos jogar nos braços do Oculto e nas entranhas do Absoluto, o que nos reflete quão profundos são os abismos da consciência e imensa a fecundidade do pensamento, transformando-nos em moradias do Eterno e templos do Infinito, casas de luz interior, processadas para serem conteúdos ricos em repertórios culturais, morais, sociais e espirituais. Eis a imensidão do Espírito Eterno que nos faz evoluir da consciência para a liberdade, ponte para a verdadeira felicidade. Sim, somos habitação do Infinito e lugares do Eterno. O Fundo da nossa consciência é fecundo de onde se germina as raizes da felicidade humana, os princípios que coordenam nossos atos e os valores fundamentais de nossa experiência cotidiana. Somos fecundos. A Vida brota sem parar dentro de nós. Cada vez mais somos uma subjetividade objetiva.

42. Um Mundo sem medidas

É fácil perceber quando o Inefável e o Incomensurável nos invadem a alma e nos tornamos oceanos da consciência eterna, vias de possibilidade das riquezas e belezas do Oculto, canais de desvelação da grandeza do Absoluto e intermediários ou pontes das profundidades do “Ápeiron”, nos descobrindo então dentro de um universo sem números, onde as medidas não existem, um campo sem as tendências da matemática visto que nele desaparecemos como gotas no meio dos rios ou como pingos d’agua no interior dos mares ou como chuvas de verão perdidas e evaporadas na internidade dos oceanos, transformando-nos em partes do tudo e do todo, fatias de um gigantesco bolo de chocolate onde a vida tem sentido e razão de ser, pensar e existir. Então, somos igualmente águas profundas dos oceanos do espírito eterno, eternidades dentro da grande eternidade, um mundo de possibilidades que se constroem a cada momento e a todo instante. Eis pois que agora se reflete para nós a nossa verdadeira liberdade, raiz de nossa felicidade aqui e além. Na constituição dessa liberdade sem as definições da racionalidade ou os determinismos da inteligência se despontam as alternativas de uma boa ação optativa que busca o bem e a bondade de suas ações interativas e compartilhadas na concórdia entre grupos e na convergência entre indivíduos e comunidades. Nesse movimento descobridor da nossa liberdade um contexto nos condiciona para isso: o ambiente eterno das indefinições constantes em que o indeterminável é a única realidade permanente. É a liberdade que se revela para nós.

43. De repente
Aleatoriedade
Somos obras do Acaso
Imprevisibilidade

Acredito certamente que nascemos de Deus, todavia o indeterminismo das coisas nos acompanha e a indefinição dos seres anda do nosso lado e em torno de nós, sofremos com a imprevisão dos fatos e as surpresas dos acontecimentos, as novidades nos aparecem momentaneamente e em alguns instantes o acaso toma conta de nós, e nos tornamos diante de todos e cada um pessoas aleatórias padecendo com as imprevisibilidades das ocorrências cotidianas, o que nos faz refletir sobre a possibilidade de sermos ou não indivíduos aleatórios, surpreendentes perante o tempo e a história, transformados em atitudes impensadas, em ações não planejadas e em atividades que não possuem plano algum ou outro projeto de construção de realidades imprevisíveis que nos surpreendem a cada instante e a todo momento. Seremos obras do acaso quem sabe, ou talvez seres imprevisíveis sem planos nem projetos nem planejados existencialmente. Sim, o acaso nos segue, dirige nossos passos e faz nossos comportamentos. No trabalho ou em casa, e mesmo na rua, o acaso é uma realidade que nos dirige a caminhada ao mesmo tempo em que ele define nossos hábitos e costumes e determina nossos trabalhos de cada dia, noite e madrugada. É possível que Deus seja o Acaso.
Sim, somos pessoas “de repente”, que do nada tiramos alguma coisa ou do vazio construimos razão e sentido para os seres e os acontecimentos. Muitas vezes nossas ações são repentinas, nossas atitudes surpreendentes e nossas atividades feitas de ora para outra, sem pensarmos antes, como se a imprevisibilidade dirigisse nossos passos e caminhos e a aleatoridade ditasse as nossas regras de vida e trabalho como cultura do acaso ou uma mentalidade em que o cotidiano se cria sem esperarmos, longe de nossas racionalidades e planejamentos, distante de nossas inteligências geradoras de planos de ação e projetos de comportamento. O Acaso nos segue e persegue. Será que o nosso Deus não se identifica com o Princípio do Acaso, dado a sua constância em nossa realidades de todos os dias... É uma questão interessante. A Cultura do “de repente” nos acompanha sempre. Exemplos da presença do Acaso em nosso cotidiano e sua ação aleatória em nossa vivência de cada dia está no fato de ao passarmos por uma Loteca de repente jogamos na Loteria Esportiva e ganhamos o Prêmio de alguns milhões de reais que muito vão ajudar em nossos desejos e necessidades; ou quando ao irmos ao shopping do bairro encontramos uma garota, batemos um papo com ela, pedimos algumas informações e essa menina mais tarde através de contatos, relações e interações se tornará a mulher da nossa vida, nossa esposa e mãe de nossos filhos; ou ainda ao conseguirmos um emprego por uma “dica” de um amigo, e achamos a sustentabilidade presente e a estabilidade futura de nossas atitudes e empreendimentos. Assim é o Acaso em nosso dia a dia.